Wellington, de 14 anos e Naiara, de 17, foram vistos pela última vez no dia 8 de fevereiro do ano passado no Bairro Nova Lima; até agora ao menos 60 pessoas prestaram depoimentos, mas investigação não saiu da estaca zero

Um ano atrás, na noite do dia 8 de fevereiro de 2009 o garoto Wellington Afonso dos Santos Aguerro, de 14 anos, namorava Naiara Ribeiro Lucas, de 17, em frente à casa da garota, no bairro Nova Lima, na saída de Campo Grande para Cuiabá. De lá para cá nunca mais foram vistos e a investigação do caso não saiu da estaca zero. A fotografia dos dois foram publicadas nos carnês do IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).

Os dois adolescentes namoravam escondidos dos pais num ponto de ônibus

Wellington morava na região do Santo Amaro, do outro lado da cidade, bem longe do bairro Nova Lima e mantinha o namoro com Naira havia sete meses sem que os pais soubessem. Familiares dos dois adolescentes não conversam com a imprensa e o caso é tratado em sigilo pela polícia.

O SUMIÇO

Na noite de 8 de fevereiro, o casal namorava na varanda da casa da Naiara, no Nova Lima. Por lá apareceu outro casal de namorados, Ailton Toni Silva Matos e Daniela Batista, ambos de 17 anos.

Naiara e Wellington pularam o muro da casa para ficar juntos em um ponto de ônibus e deixaram o casal na varanda.

Por volta das 02h30 da madrugada os adolescentes desapareceram. Ficou somente um pingente caído no chão que era do celular da Naiara.

A colega de Naiara, Daniela, foi quem percebeu o sumiço do casal. Ela discou para o celular de Naiara na tentativa de localizá-la, mas a ligação caia na caixa mensagem.

O casal desapareceu sem levar roupas ou dinheiro. Wellington vestia camisa branca, short cinza e tênis branco. A garota usava blusa rosa, short branco e chinelo cor-de-rosa.

Neusa Gavinis, mãe da Naiara, acordou por volta das 05h30 e procurou a filha no quarto, abriu a porta da casa e viu Daniela desesperada. A família entrou em pânico e foi atrás da mãe do rapaz, Sueli Aguerro.

A partir dali as famílias enfrentaram maratonas com as idas e vindas nas delegacias. Dois dias depois o casal aparecia nas capas de todos os jornais da Capital.

Ao menos sessenta pessoas foram ouvidas pela Delegacia da Especializada de Proteção á Criança e ao Adolescente. Os pais dos jovens não se conheciam antes deles desaparecerem. Eles disseram que não sabiam do romance.

A polícia cogitou a hipótese de os adolescentes terem sido assassinados, mas a suspeita não foi confirmada até agora. Amigos do casal creem que os adolescente possam ter fugido, suspeita desprezada pelos pais dos adolescentes.

Na esperança de encontrar os dois, familiares e amigos do casal espalharam fotografias deles por todos os bairros de Campo Grande.

Os pais da Naiara, Neusa e Benedito Lucas se mudaram do Bairro Nova Lima. A mãe do Welington, Sueli Aguerro emagreceu oito quilos e hoje toma remédio para dormir.

PISTA

A última pista do casal surgiu no dia 19 de fevereiro do ano passado. A mãe de Wellington, Sueli Aguerro, recebeu uma ligação do celular da Naiara.

“Era por volta da meia-noite e 45, recebi uma ligação do celular da Naiara. E o telefone ficou mudo, eu fiz várias perguntas e ninguém me respondia nada. Daí desligou o aparelho. Imediatamente eu retornei a ligação, atenderam e ficou mudo novamente até que desligaram o celular. Retornei novamente e a ligação caiu na caixa de mensagem”.

ESPERANÇA

Na mesma madrugada, por volta das 2h30, o pai da Naiara, Benedito Lucas, recebeu uma mensagem do celular de Daniela, a amiga que estava na casa no dia do desaparecimento. O aparelho dela estava com Naiara. Na mensagem foi deixado um recado para os pais. “Estamos bem, morrendo de vergonha, assim que passar a vergonha nós vamos retornar para a nossa casa”, contou a mãe da Naiara, Neusa Lucas.

A mensagem foi enviada para duas amigas da Naiara, na mesma madrugada por volta das 02h45. Dizendo assim: “Avisa a mãe que estamos bem e retornaremos em breve”.

Os pais esperam um contato até hoje dos filhos. A mãe da Naiara, Neusa Lucas, promete fazer uma festa quando a filha voltar para a casa e “passar uma borracha no passado”, disseram.