A Copa do Mundo da África do Sul está sendo realmente diferente. Além de ser disputada pela primeira vez no continente africano, a bola é criticada, o torneio teve na primeira fase a pior média de gols das Copas do Mundo (2,1 gols por jogo, pior até que a de 1990, que foi de 2,2) e até os europeus, que fizeram a decisão do último Mundial e têm grande tradição em Copas, estão em segundo plano.

Depois da eliminação de Itália e França, os outros seis representantes da Europa que sobraram se enfrentam nas oitavas de final. Ou seja: só três europeus estarão entre os oito finalistas.

Há quatro anos, na Alemanha, a situação foi completamente diferente. Entre os oito finalistas seis eram europeus. Só Brasil e Argentina estavam entre Alemanha, Itália, Ucrânia, Inglaterra, Portugal e França.

Na África, eles eram 13 no início. A primeira queda foi da França, atual vice-campeã, que fez campanha pífia na primeira fase e foi embora com apenas um ponto ganho. A seleção que não perdeu na Copa da Alemanha, marcou nove gols e tomou apenas três, em 2010 sofreu duas derrotas, fez um gol e levou quatro. Sem Zidane, a diferença foi grande.

Foi no grupo da França, o A, que duas seleções emergentes mostraram sua força. Uruguai, que não ficava entre os oito primeiros desde 1970, e México, que no máximo havia ficado em sexto (nas duas edições que sediou o torneio, em 1970 e 1986), garantiram as duas vagas da chave.

A segunda europeia a cair foi a Grécia, que participou apenas de sua segunda Copa e até conquistou uma marca positiva na África: marcou seus dois primeiros gols na história dos Mundiais. No Grupo B, a Coreia do Sul, semifinalista em 2002 mas longe de ser uma potência no esporte, deixou para trás até a Nigéria e ficou com uma das vagas, ao lado da Argentina.

A Eslovênia, que também disputou sua segunda Copa, foi a terceira europeia eliminada, mas conseguiu marcar os primeiros pontos do país em Mundiais. Na última vez, em 2002, foram três jogos e três derrotas. Agora, os eslovenos marcaram quatro pontos e ameaçaram diretamente a Inglaterra na briga por uma das vagas às oitavas. No mesmo grupo, os ingleses tiveram que se contentar com a segunda posição, pois o primeira lugar ficou com os Estados Unidos, mais um emergente no mundo do futebol.

A Sérvia, quarta europeia a ser eliminada na primeira fase, ficou em último no Grupo D, mas conseguiu bater a poderosa Alemanha, por 1 a 0, na primeira Copa que disputou como país independente. Em outras nove oportunidades, os sérvios integraram a seleção da Iugoslávia. Em 2006, disputaram a Copa junto com Montenegro.

Da Dinamarca pouco se esperava, mas pela primeira vez na história a seleção dinamarquesa ficou fora das oitavas de final em uma Copa do Mundo. Nos outros três mundiais que disputaram, os dinamarqueses tiveram como pior posição o 10º lugar. Em 2010, no Grupo E, foram superados pelo Japão, que ficou na 27ª posição em 2006 e agora chega pela segunda vez às oitavas de final. A outra havia sido em 2002, quando foi um dos países sede junto com a Coreia do Sul.

A eliminação mais significativa de um europeu foi a da Itália, tetracampeã mundial que fez feio e foi a sexta europeia eliminada na África do Sul. No Grupo F, ficou atrás do emergente Paraguai, que liderou, e da Eslováquia, única seleção da Europa que superou as expectativas.

O sétimo e último europeu eliminado na primeira fase foi a Suíça, no Grupo H, que foi superada pelo Chile, mais um emergente a desbancar uma seleção da Europa. A Suíça é a equipe que ficou mais tempo sem levar gol na história das Copas do Mundo.

Os suíços não levaram nenhum gol no Mundial de 2006, mas, na África, o único que sofreram foi exatamente o que os desclassificou: o da derrota por 1 a 0 para os chilenos.