Presidente eleito do Chile escolhe Brasil para primeira viagem oficial

Brasil e Argentina devem ser os primeiros destinos internacionais do presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, após a posse, segundo informou ele mesmo à imprensa local. “Creio que nossas primeiras visitas estarão no mundo dos países vizinhos, particularmente Brasil e Argentina”, disse o empresário, eleito no segundo turno das eleições presidenciais, no último dia 17, […]

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Brasil e Argentina devem ser os primeiros destinos internacionais do presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, após a posse, segundo informou ele mesmo à imprensa local.

“Creio que nossas primeiras visitas estarão no mundo dos países vizinhos, particularmente Brasil e Argentina”, disse o empresário, eleito no segundo turno das eleições presidenciais, no último dia 17, em entrevista ao jornal “La Tercera”.

Piñera também antecipou já ter recebido convites diversos outros países. Entre as nações escolhidas para suas futuras viagens estão também as europeias Espanha e França.

Ainda de acordo com a publicação, assessores do mandatário eleito estariam convencidos de que o Brasil seria o melhor destino para iniciar a política externa do futuro governo –para fortalecer as relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado um líder na região.

Para não descuidar do “vínculo estratégico” com a Argentina, este seria o segundo país a ser visitado, logo após a passagem pelo território brasileiro.

Antes de assumir o governo, contudo, Piñera já tem um compromisso no exterior. Ele irá para o México no próximo mês, onde participará da reunião do Grupo do Rio ao lado da atual presidente chilena, Michelle Bachelet.

Relações com a região

Na mesma entrevista, Piñera também criticou os governos de Cuba e Venezuela e apontou o que espera do futuro das relações com Bolívia e Peru.

“Quando me perguntam se penso que Cuba é ou não uma democracia, vou dizer o que penso: que não é uma democracia e que em Cuba não se respeitam os direitos humanos”, opinou Piñera, esclarecendo também que não concorda com a postura do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

“A forma que se pratica a democracia [na Venezuela] e que se leva o processo de desenvolvimento economico não é a que quero para o Chile” e “vamos marcar claramente nossas posições e valores: nosso compromisso com a democracia, com os direitos humanos, nosso respeito ao direito internacional”, continuou o empresário. Sobre o Peru, Piñera reiterou que as duas nações mantêm uma agenda do passado, “que tende a nos dividir”, e outra do futuro, “que tende nos a unir”.

“A do passado hoje está em Haia”, explicou o chileno, referindo-se ao processo apresentado por Lima ao Tribunal Internacional de Justiça, no qual reivindica a redefinição de seus limites marítimos.

“Vamos defender com firmeza e prudência o que legitimamente nos pertence”, continuou Piñera sobre a questão. “Mas não vamos congelar toda a relação com o Peru à espera do que será resolvido em Haia”, continuou. Segundo ele, uma das perspectivas de seu governo será “tirar do refrigerador” a agenda com o Peru.

Já em relação à Bolívia, país com o qual o Chile não mantém relações diplomáticas desde 1962, Piñera revelou já ter expressado ao mandatário Evo Morales “as boas intenções” de seu governo “nas relações bilaterais”.

Durante as gestões de Morales e Bachelet, os dois países iniciaram uma aproximação, com o objetivo de restabelecer os laços diplomáticos. Atualmente, trabalha-se uma agenda de 13 pontos comuns, elaborada em 2006.

Piñera, que é considerado um dos homens mais ricos do país, assumirá a presidência do Chile no dia 11 de março, encerrando 20 anos de gestões consecutivas da Concertación, aliança de centro-esquerda que está no poder desde o fim da ditadura (1973-1990).

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