Sesau revela que em Campo Grande existem aproximadamente 112 mil cães. Em 2009 aconteceram três etapas de encoleiramento, mas agora não há previsão de entrega das coleiras gratuitamente.

Desde o ano passado a distribuição gratuita das coleiras contra leishmaniose está suspensa em Campo Grande. O Ministério da Saúde e a prefeitura municipal bancaram as três primeiras etapas. A notícia frustra moradores, principalmente da região periférica da cidade.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), agora, quem quiser proteger seus animais terá que arcar com o valor que varia entre R$ 40,00 e R$ 75,00, disponíveis nas clínicas veterinárias.

A dona de casa Maria das Graças Silva Alencar, 55 anos, tem apenas uma cadela de dois anos em casa. Ela ainda estava na esperança de receber gratuitamente uma coleira contra a leishmaniose. “Outro dia passaram uns agentes de saúde coletando sangue para fazer o teste. Eu perguntei quando iam dar coleiras e eles disseram que o Ministério não tinha liberado dinheiro ainda”, disse lamentando o fato de o Poder Público Municipal desistir de arcar com os valores.

Outra dona de casa, Regina Célia Silva, 35 anos, também lamenta a suspensão da distribuição gratuita. “Acho que fica mais caro pro poder público bancar os custos da doença. Ouvi dizer que é bem perigosa se pegar na gente”, diz.

A distribuição gratuita de coleira contra a leishmaniose aconteceu em três etapas. A primeira delas foi para encoleiramento e depois foram feitas duas reposições. Segundo a assessoria de imprensa da Sesau, o projeto original era de que a população iria pagar um valor reduzido para ter uma coleira. Na época, a coleira custava R$ 35,00 e a proposta era a população pagar R$ 10,00 por exemplar.

 Doença em humanos

A pessoas podem ficar doentes por meio da picada do mosquito fêmea da espécie lutsomiia longipalpis, conhecido por mosquito palha ou birigui, infectados pela leishmania.

Existem dois tipos de leishmaniose a visceral e a tegumentar. Na leishmaniose visceral humana, os sintomas mais típicos são febre e o aumento do baço, ou esplenomegalia, sendo observado também por vezes aumento do fígado podendo levar a morte.

A tegumentar não leva o paciente à morte, mas causa lesões cutâneas deformantes e dolorosas. O cão infectado pela doença apresenta lesões cutâneas, descamação e feridas, na sua maioria no focinho, orelhas e rabo.

No homem o período de incubação da Leishmania podem chegar até 24 meses e no cão de três a sete meses. O diagnóstico é comprovado na sua maioria através de exame de sangue.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Campo Grande, em 2009 existiam aproximadamente 112 mil cães. Para evitar a proliferação da leishmaniose, Agentes de Saúde estão passando nas casas para recolher amostras de sangue dos animais que vão ser analisados em laboratório.