Prefeitos ‘rebeldes’ causam dor de cabeça a partidos na campanha

Com a campanha eleitoral nas ruas há menos de um mês, a disputa já é marcada por casos de prefeitos que declaram apoio a adversários de seus partidos nos estados e na corrida presidencial. Os prefeitos “rebeldes” têm gerado dor de cabeça às direções partidárias, que promovem rápidas punições para evitar prolongar as situações de […]

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Com a campanha eleitoral nas ruas há menos de um mês, a disputa já é marcada por casos de prefeitos que declaram apoio a adversários de seus partidos nos estados e na corrida presidencial.
Os prefeitos “rebeldes” têm gerado dor de cabeça às direções partidárias, que promovem rápidas punições para evitar prolongar as situações de saia justa.
Como o prefeito José Francisco de Mattos Neto (DEM), de Tanabi, cidade de 25 mil habitantes no noroeste paulista.
No último dia 7 de julho, durante jantar de apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Mattos Neto declarou voto para a ex-ministra e ainda criticou a gestão do PSDB em São Paulo.
Menos de 24 horas após o jantar, o presidente do DEM-SP, Rodrigo Garcia, encaminhava o pedido de expulsão de Mattos Neto da sigla. “As declarações não representam o sentimento do partido e de seus filiados”, afirmou Garcia em nota.
Mattos Neto defendeu sua opção. Delegado de polícia licenciado e prefeito em segundo mandato, afirmou que “sempre” foi de esquerda e justificou sua candidatura pelo DEM em 2008. “Para acomodar conjunturas locais, a gente acaba se filiando a partidos consolidados.”
“Rebelde” petista
Em maio, o PT de Minas Gerais “enquadrou” o prefeito de Itinga, Charles Ferraz, por declarações de apoio à reeleição de Antonio Anastasia (PSDB), candidato do ex-governador Aécio Neves.
O município do Vale do Jequitinhonha é emblemático para o partido. Foi cidade-piloto do programa Fome Zero e recebeu, em 2004, uma das primeiras obras do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ponte que liga os dois lados do município.
Durante assinatura de convênio com o governo estadual, Ferraz teria dito à imprensa que deixaria seus eleitores “à vontade” para praticar o chamado voto “Dilmasia”, o apoio a Dilma ao Planalto e a Anastasia na corrida estadual.
O “Dilmasia” seria uma reedição do “Lulécio”, voto simultâneo em Lula para presidente e em Aécio para governador, registrado nas eleições de 2006 em Minas.
O PT mineiro minimizou o episódio. “O prefeito disse que houve interpretação errada de suas declarações. Reafirmou o compromisso dele com o partido”, disse o secretário de Relações Institucionais do PT-MG, Cristiano Silveira.

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