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Porto alfandegado em Ladário pode ser a saída boliviana para hidrovia

  O oferecimento de um porto alfandegado em Ladário para a Bolívia ter acesso à hidrovia e escoar a produção agradou aos participantes da reunião com o embaixador Marcel Fortuna Biato, nesta quarta-feira, 21 de julho, em Corumbá. A alternativa foi citada, inclusive, pelo comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira. O […]
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O oferecimento de um porto alfandegado em para a Bolívia ter acesso à hidrovia e escoar a produção agradou aos participantes da reunião com o embaixador Marcel Fortuna Biato, nesta quarta-feira, 21 de julho, em Corumbá. A alternativa foi citada, inclusive, pelo comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira. O prefeito ladarense José Antonio Assad e Faria apresentou um projeto apontando a viabilidade da proposta. No estudo sobre o Porto de Cargas de Ladário, o chefe do Executivo daquela cidade mostrou que a opção via Ladário traria vantagens aos interesses econômicos bolivianos, uma vez que o transporte sairia mais barato e com maior rapidez. Pelo projeto, a carga mineral de Mutún seria transportada por ferrovia até o porto ladarense e de lá embarcada para a navegação, pela hidrovia, até o destino final.

Os números para seduzir os responsáveis pelo comércio internacional da Bolívia – principalmente no que diz respeito a custos – são bastante convincentes. A distância de Mutún a Ladário – via ferrovia já existente – é de 23 quilômetros, bem inferior à distância de Mutún ao Puerto Busch, que é de 95 quilômetros. A região de Puerto Busch é o único acesso autônomo da Bolívia à hidrovia do rio Paraguai, mas carece de investimentos em logística, por parte do Governo da Bolívia, para a chegada até a localidade. “Temos muito a oferecer à Bolívia. Temos logística através do nosso complexo portuário; fácil acesso ferroviário; acesso rodoviário com ligação à hidrovia. Estamos em um ponto estratégico”, afirmou o prefeito José Antonio. O acesso à BR-262 precisa apenas de asfalto a um trecho de 4 quilômetros.

Em fase de reestruturação pela Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar), o Porto de Ladário esteve em operação até a década de 90, do século passado. De acordo com a Secretaria de Gestão dos Programas de Transportes, ligada ao Ministério dos Transportes, o Governo Federal vai investir R$ 38 milhões na adequação de terminais de carga de Ladário (MS) e Cáceres (MT). Os recursos estão previstos para o período de 2011 a 2014, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento 2, o chamado PAC 2.

Encontro

As limitações do tráfego fluvial no Canal do Tamengo foram discutidas ontem, em Corumbá, pelo embaixador brasileiro Marcel Fortuna Biato. Ele assume em setembro a chefia da Embaixada do em La Paz, na Bolívia. No encontro, realizado pelo Comando do 6º Distrito Naval no Centro de Convenções, foram apresentadas as alternativas brasileiras para facilitar o acesso boliviano à hidrovia do rio Paraguai. A discussão veio à tona porque o governo boliviano projeta escoar sua produção de minério do complexo siderúrgico de Mutún pela hidrovia, mas a Bolívia aponta que a estação de captação de água bruta de Corumbá – instalada na entrada do Canal do Tamengo – dificulta o escoamento de carga boliviana pelo rio Paraguai.

“Sabemos que a Bolívia tem reivindicações históricas de facilitar o escoamento de sua produção, em princípio via hidrovia e suas diferentes modalidades. Queremos ver quais são as alternativas mais interessantes, levando em consideração aspectos ambientais, econômicos e de segurança para proporcionar a melhor maneira de atender as expectativas bolivianas, que são antigas, mas precisam ser aperfeiçoadas técnicas e financeiramente”, argumentou o embaixador.

Biato reconheceu a “vocação histórica” de Corumbá e Ladário no que tange a temas relacionados à integração do Centro-Oeste brasileiro com a Bolívia, exemplificando ações nas áreas “sanitária e de segurança”. A autoridade diplomática ressaltou que numa região de fronteira – como a que Corumbá se localiza – há assuntos estratégicos que devem ser tratados visando o desenvolvimento e fortalecimento das relações bilaterais. “Há temas específicos e um deles é o aperfeiçoamento do funcionamento da hidrovia do rio Paraguai como polo de escoamento de produção do Brasil e também da Bolívia e, evidentemente, trabalhar alternativas para viabilizá-las, seja através de ferrovias ou estradas”, argumentou o embaixador Marcel Biato.

Coordenador do encontro que discutiu as limitações do tráfego fluvial no Canal do Tamengo para escoamento de cargas por embarcações da Bolívia, o comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira, explicou a este Diário que a Marinha do Brasil trabalha ações que permitam a expansão de sua capacidade de escoamento de produção. “A Marinha não vê limitações na hidrovia. Esta é uma hidrovia natural, a natureza já nos deu ela pronta para navegar. O que a Marinha faz é trabalhar para aumentar a capacidade de escoamento”, argumentou o comandante da Marinha ladarense.

O contra-almirante esclareceu que a ação da Marinha visa garantir “confiabilidade à hidrovia” com ações que proporcionam “melhorias da sinalização náutica; garantindo que as profundidades sejam conhecidas; promovendo a cartografia náutica e, através da Capitania, faz o ordenamento do tráfego aquaviário para que as regras de trânsito da hidrovia sejam obedecidas”.

Domingos Sávio avaliou que não há interferência da estação de captação de água bruta do rio Paraguai no uso da via fluvial. “Não interfere na navegação. É uma captação histórica e os bolivianos argumentam que foi construída em frente ao Canal do Tamengo que é o escoamento natural da Lagoa Cáceres, do lado da Bolívia, para a hidrovia. É uma questão difícil de ser removida, porque não é só a tomada d’água, tem as lajes no Marina Gattass [onde o solo do rio seria extremamente rochoso]; o farolete Balduíno que estreitam as passagens de quem vem da Bolívia por esse caminho”, observou o contra-almirante.

Atualmente é permitida a passagem em linha sob a captação. As embarcações devem estar em linha – uma atrás da outra – para não bater nos dolfins (equipamentos de segurança contra colisões) da estação de água bruta.

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