No dia 31 deste mês acontece mais um juri de um dos casos mais polêmicos registrados em Campo Grande, o do Caso Dudu. Neste dia estará no banco dos réus Holly Lee de Souza, que é acusado de participar do homicídio do garoto.

No dia seguinte, 1º de setembro, a família de Luiz Eduardo Gonçalves (Dudu), vai fazer velório simbolico na casa do pai do garoto, Roberto Gonçalves, que fica na rua Damianopolis esquina com a rua Previa, no bairro Jardim das Hortênsias. Depois de quatro horas a família e amigos do garoto vão poder seguir para o Cemitério Memorial Park, onde os restos mortais fragmentados serão sepultados.

Segundo informações do vendedor de salgados, Roberto Gonçalves, de 63 anos, quem informou para a Eliane Gonçalves e Roberto Gonçalves ( pais do Dudu), que a suposta ossada vai ser liberada para fazer um velório simbólico foi o promotor Douglas Oldergado do Ministério Publico, com o aval do Juiz Titular da Segunda Vara do Júri de Campo Grande, Aluisio Pereira dos Santos.

Relembre

O “Caso Dudu”, como ficou conhecido na imprensa campo-grandense – virou tese de conclusão de curso de jornalismo. Duas situações teriam motivado o crime, ocorrido no Jardim das Hortências, segundo apuração policial.

Um dosa motivos para o crime, é que o padrasto de Luiz Eduardo, Bispo da Silva, conhecido como Cido, quis se vingar da mãe de Dudu, Eliane Aparecida, com quem viveu por oito anos e não queria mais saber da união, rompida três anos antes do crime. Outra linha de investigação, que consta no processo é que o menino estaria devendo R$100 em dinheiro a um adolescente ligado a Bispo da Silva.

Dudu teria sido morto por Holly Lee de Souza, que está preso, e outros três adolescentes. Por determinação de Cido, o garoto teria sido dominado pelo trio, agredido fisicamente, depois levado para a casa do suposto mandante, onde a tortura continuou.

Mais tarde, a criança foi levada até um matagal próximo, conhecido como “Cemitério dos Cachorros”, onde foi surrado até a morte. O corpo da vítima foi enterrado, mas um mês depois, também por ordem de Cido, desenterrado, cortado em pedaços, queimado e colocado de volta na cova.

O corpo do garoto foi localizado em março do ano passado por meio do depoimento de um adolescente supostamente envolvido no crime. Até hoje o corpo achado não foi identificado como do garoto, nem enterrado. A perícia sul-mato-grossense informou que o fogo fragmentou demais o cadáver e isso dificultou o exame de DNA, meio mais eficaz de identificação. Após o julgamento é que a família vai poder sepultar o corpo de Dudu.

Caso

Dudu sumiu de sua casa, no Jardim das Hortências, onde morava com irmãos e o pai, o vendedor de salgados, Roberto Gonçalves, de 63 anos idade. Desde o início, Bispo da Silva já foi julgado e condenado este ano. Ocorre que a polícia o prendeu somente após ter achado um cadáver, em março do ano passado.

Sonho

As investigações em torno do desaparecimento de Dudu duraram 16 meses, período em que Roberto se alimentou de expectativas. O menino desapareceu às vésperas do Natal de 2007, mas foi só no dia 30 de abril deste ano que a polícia anunciou o desfecho do caso. Dudu fora morto com requintes de crueldade, segundo a promotoria.

Em entrevista ao midiamax no ano passado, o pai de Dudu revelou que a revolta e dor deram lugar a um novo sonho. Ele quer transformar a casa onde mora e criou o filho em um abrigo para crianças carentes. “Seria como homenagear meu filho e ajudar outros meninos que precisam de um lugar pra ficar”, conta.

Tudo o que Roberto mais deseja é que outros pais tenham uma sorte diferente da sua e vejam seus filhos crescerem e progredirem.

“A palavra sofrimento é muito ruim. Não quero que ninguém passe pelo que passamos. É muito triste sair procurando um filho e não encontrar. Quando as investigações policiais estavam solucionando o mistério, eu não queria aceitar que meu filho estava morto e que alguém tinha feito esta crueldade. Ficou um vazio na nossa família. É duro aceitar que ele não está mais entre nós”, lamentou.

Roberto, que é pai de sete filhos [três do primeiro casamento], três são frutos da convivência com a salgadeira Eliane Aparecida, 34, que é mãe de Dudu e de outros dois adolescentes Luis Gustavo, de 17 anos e Luis Alexandre, de 14 anos.

Com a voz embargada resumiu sua expectativa para o futuro. “Tenho outros filhos para terminar de criar. Tenho que ter força para continuar a vida. Tudo o que passamos foi uma lição de vida. Tento somente relembrar os momentos bons que passei ao lado do meu filho. Ele era tão alegre, gostava de ajudar os amigos, chegava da rua pedindo salgado para entregar aos amigos”, ressalta.