Cerca de 60 pessoas, na sua maioria mulheres, fizeram o “Ato pelo fim da violência contra a mulher”, na Rua Barão do Rio Branco, entre as Ruas 13 de maio e 14 de julho, das 15h às 18h de hoje (2). Elas distribuíram panfletos e usaram camisetas com os dizeres “Cuidado, Machismo Mata: Por uma vida sem violência”.

Exemplos de violência como o caso da jovem Elisa Samudio, 25 e da arquiteta Eliane Nogueira, 39, carbonizada há um mês, além de esclarecimentos da lei Maria da Penha estão nos panfleto distribuídos nesta tarde. A mobilização conseguiu adeptos que passavam pelo local, inclusive homens.

De acordo com pesquisas da Fundação Perseu Abramo, cerca de 2,1 milhões de mulheres por ano são espancadas, numa violenta média de uma a cada 15 segundos. A pesquisa também mostra que aproximadamente dez mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Além disso,70% dos assassinatos são cometidos por companheiros.

“O machismo é o princípio da violência”, sustentou Maria Rosana Rodrigues Pinto, ex- presidente do Conselho Estadual do Direito das Mulheres de Mato Grosso do Sul. Outro tipo de violência que as mulheres sofrem, acontece no próprio local de trabalho, como conta a Secretária Geral dos Sindicatos Bancários, Iaci Torres.

“50% da categoria bancária do Estado são mulheres, que muitas vezes sofrem assédio sexual e moral além do problema da carreira profissional onde as mulheres levam desvantagem, pelo motivo dos homens serem maioria nos cargos de chefia”, disse Iaci.

Amalia Araújo, 62, participante do Movimento Popular de Mulheres de Mato Grosso do Sul, conta que já foi vítima de violência e salienta que o atendimento para as estas mulheres poderia ser mais eficaz. “Eu já apanhei de mão fechada e ameaçada de faca por trás. Quase fui morta. O atendimento hoje em dia poderia ser melhor em relação à proteção da mulher”, apela.

Outra mulher de 40 anos, que preferiu não se identificar, separada de seu ex-marido há seis anos disse que na época fez 11 boletins de ocorrência contra o companheiro, porém ele nunca foi penalizado. “É só quem passa para saber. Já fui ameaçada com arma, fiquei mantida em cativeiro e tive que desfazer de minha casa para poder fugir. O conheci em um dia e no outro já estava apanhando. Se a lei Maria da Penha já existisse a história poderia ter sido outra”.

Já do lado do ponto de vista masculino, Noberto Pereira da Silva, 43, que estava na manifestação opinou que, ‘’a mulher não merece apanhar, se você estiver batendo na sua mulher, é como se estivesse batendo na própria mãe.

O manifesto foi promovido pela Secretaria Estadual de Mulheres do PT (Partido dos Trabalhadores).