A prisão recente de nove servidores do Incra no Mato Grosso do Sul (MS) por suspeita de envolvimento em fraudes na distribuição de lotes em assentamento rurais chamou a atenção do Ministério Público Federal (MPF).

Por não terem antecedentes criminais, os servidores foram soltos em seguida, mediante pagamento de fiança.

O superintendente do Incra no MS Valdir Cipriano do Nascimento foi exonerado. Seu substituto, Manuel Furtado Neves, assumiu no início de setembro afirmando que “a prioridade é o funcionamento do Instituto”.

Com o episódio, o MPF passou a observar com mais atenção o processo de reforma agrária no Estado.

Um dos locais investigados, desde março último, é o Assentamento Santo Antônio em Itaquiraí, distante 412 quilômetros de Campo Grande.

Na ocasião, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tellus, que terminou com o indiciamento de 20 pessoas, sob acusação de participarem na distribuição irregular de lotes, além de manipulação de concorrência e recebimento de propina. O processo tramita na Justiça.

Também na mira do procurador Marco Antônio Delfino estão os lotes de assentamentos no Sul do Estado. Na sua avaliação, nos dois últimos anos a região registrou o aparecimento de cerca de mil lotes em situação irregular.

Delfino garante que os ocupantes desses lotes serão responsabilizados civil e criminalmente.

O próximo passo do MPF é conseguir que os servidores acusados de envolvimento nas fraudes sejam afastados definitivamente até o fim do processo.