O artista plástico paulistano Wesley Duke Lee, 78 anos, morreu às 23h deste domingo (12) no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. (A assessoria de imprensa do hospital havia informado anteriormente que a morte ocorrera às 5h40 de segunda, mas telefonou à redação para retificar o horário em seguida).

De acordo com Max Perlingeiro, amigo do artista e curador de uma mostra dedicada a ele atualmente em cartaz no Rio de Janeiro, Duke Lee morreu de complicações respiratórias. Ele sofria de Mal de Alzheimer e, antes de dar entrada no hospital, estava internado em uma clínica em São Paulo, também segundo Perlingeiro.

O corpo de Duke Lee – que não será velado publicamente – será cremado em cerimônia marcada para as 16h desta terça-feira no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

‘Artesão de ilusões’

Nascido em dezembro de 1931, Duke Lee começou a estudar desenho e pintura no Masp, em São Paulo, e depois passou temporadas em Nova York e Paris para levar adiante sua formação.

Com artistas como Carlos Fajardo, Nelson Leirner e Geraldo de Barros foi um dos fundadores do Grupo Rex, que oferecia uma reação combativa e bem-humorada ao mercado de artes na década de 1960. Nessa época, foi também responsável pela realização dos primeiros “happenings” da arte brasileira.

Nos anos 80, trabalhou em parceria com o Centro de Reprodução Xerox, em Nova York, e incorporou uso de novas tecnologias a seus trabalhos, como fotocópia, polaroid e computador.

Duke Lee, que teve trabalhos expostos nas bienais de Veneza e de Tóquio, se dizia influenciado pelo movimento dadaísta, pela pop art e pela publicidade. Em um vídeo publicado na Enciclopédia Itaú Cultural Artes Visuais, declarou: “Sou um artesão de ilusões. O que realmente me interessa é a qualidade da ilusão. Se você conseguir atravessar o espelho e tiver a coragem de olhar para trás, você não vai ver nada”.