O livro “Salas de Sonhos – Memórias dos Cinemas de Mato Grosso do Sul”, da jornalista e escritora Marinete Pinheiro será lançado amanhã (60, às 19h, no Memorial da Cultura e da Cidadania, localizado na Fernado Corrêa da Costa, no prédio onde foi instalado o Fórum.

A obra é uma continuidade do livro “Salas de Sonhos – Histórias dos cinemas de Campo Grande”, lançado em 2008, fruto de um trabalho de conclusão de curso das jornalistas Marinete e Neide Fischer. A obra é um resgate histórico dos espaços de exibição cinematográfica do Estado, através do depoimento de mais de cem pessoas que se emocionam ao trazer à tona uma nostalgia, daquilo que foi o contato com a sétima arte, hoje completamente aniquilada.

A autora percorreu cerca de 40 cidades buscando as salas de cinema que foram engolidas pela popularização da televisão e posteriormente pela facilidade em se consumir filmes (pirataria) buscando informações para o primeiro livro dedicado exclusivamente ao cinema de MS.

Publicado pela editora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a obra está recheada de histórias curiosas e engraçadas. Uma delas se passa na cidade de Porto Murtinho, onde um jovem se joga para baixo do banco de madeira do cinema e grita desesperadamente para o mocinho do filme de bang bang para matar o bandido. Assustado, comenta as pessoas da cidade que o cinema era um lugar perigoso porque qualquer um podia ser atingido por um tiro. Isso se passou na época em que o cinema era uma grande novidade, quando não existia televisão e as salas escuras, iluminadas pelas mais diversas histórias e personagens, eram os únicos lugares para se divertir.

Hoje apenas as cidades de Três Lagoas, Dourados e Campo Grande possuem salas de cinemas e somente em Bela Vista e Porto Murtinho estes espaços foram restaurados e a história dos espaços dos sonhos foi preservada. O projeto foi realizado no período de um ano e as surpresas nas viagens pelo estado foram muitas.

Segundo a autora, à medida que ela visitava as cidades previamente investigadas a respeito do assunto, descobria-se mais informações sobre as histórias dos espaços de exibição cinematográfica que, de certo modo, fez parte da vida de muitos, mas que nunca antes havia ganhado notoriedade.

Como fruto do primeiro trabalho a jornalista Marinete foi selecionada para estudar na Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba, onde durante três anos irá se formar diretora de documentário. “Fico muito feliz de voltar de férias com a obra finalizada na bagagem e entregá-la a população do Estado, exatamente quando Campo Grande comemora 100 anos desde a primeira exibição realizada por Raphael Orrico embaixo das árvores do antigo hotel Democrata, hoje Igreja Santo Antonio”, comenta.

Durante a cerimônia de lançamento haverá exibição de um vídeo que conta a trajetória da autora e apresentação do cantor Celito Espíndola. O livro será comercializado no valor de R$ 15.