Ao atender um chamado para registrar um caso de suposto suicídio de indígena, a Polícia Civil se deparou com uma cena inusitada, na noite desse domingo (25), na Aldeia Limão Verde em Amambai.

Após se suicidar com uma corda de náilon amarrada em uma das travessas de sua residência, o indígena Valdecir Gonçalves, de 34 anos, foi retirado do local e levado pelos “irmãos” até a Igreja Evangélica que freqüentava, situada no interior da aldeia e colocado sentado em uma cadeira em frente ao altar.

Segundo o pastor da Igreja, Adão Benites, o corpo foi retirado do local do suposto suicídio e levado para a Igreja a pedido dos familiares do rapaz.

A família informou que Valdecir teria se suicidado por volta das 18h desse domingo, mas a polícia só foi informada sobre o ocorrido por volta das 22h40.

Os familiares não souberam explicar os motivos que teriam levado o indígena a tirar a própria vida, já que momentos antes de cometer o suposto suicídio, ele teria tomado chimarrão em companhia da esposa de 35 anos, da sogra e outros membros da família e estaria tranqüilo e sorridente, segundo a família.

Para a Polícia Civil, que esteve realizando levantamentos na Igreja e na residência da vítima onde o suicídio teria ocorrido, a retirada do corpo do homem do local atrapalhou o trabalho da perícia, motivo pelo qual no boletim de ocorrência a morte do guarani-kaiowá está qualificada como “morte a esclarecer”.

Um inquérito policial será instaurado para apurar o caso. O corpo de Valdecir Gonçalves foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã para a realização de exame necroscópico.