As declarações foram feitas pelo porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, um dia após a Colômbia ter denunciado, em reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), a presença de membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional) em território venezuelano, o que fez com que Caracas anunciasse o rompimento das relações diplomáticas com o país vizinho.
“A Colômbia apresentou fotos, mapas e vídeos que supostamente comprovam a presença de membros e de acampamentos das Farc na Venezuela”, disse Crowley.
“São informações importantes. Merecem maior investigação. E nós apoiamos o que a Colômbia expôs na reunião de ontem (quinta-feira), ao apoiar a criação de uma comissão de verificação internacional para visitar e examinar os campos identificados dentro dos próximos 30 dias.”
O prazo de 30 dias havia sido pedido pelo embaixador colombiano na OEA, Luis Hoyos. O diplomata colombiano denunciou a presença de 1,5 mil rebeldes das Farc na Venezuela e pediu que uma comissão internacional visitasse os supostos acampamentos rebeldes em território venezuelano.Responsabilidades
Segundo o representante do Departamento de Estado, a Venezuela tem “responsabilidades” e deve responder às informações apresentadas pela Colômbia.
“A Venezuela, entre outros Estados da região, tem responsabilidades muito claras de combater o terrorismo na região e de apoiar os esforços dentro da OEA e dentro das Nações Unidas para combater o terrorismo onde quer que ele esteja”, disse Crowley.
Os Estados Unidos, assim como a Colômbia e outros países, consideram as Farc um grupo terrorista.
“Foi expressamente por nossas preocupações sobre as ligações entre a Venezuela e as Farc que, nos últimos anos, nós não certificamos a Venezuela como um país que coopera totalmente com os Estados Unidos e outros em termos desses esforços antiterrorismo”, afirmou.
Crowley disse que a investigação poderia ser feita tanto por meio da OEA como da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), contanto que haja participação internacional.
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