Em agenda de campanha em Natal, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, dividirá as atenções dos potiguares com a Marcha pela Maconha, prevista para as 16h de hoje. Pela manhã, Marina deu entrevistas a duas emissoras de rádio e defendeu um plebiscito para discutir a legalização da maconha.

– Não podemos resolver isso (legalização da droga) sem um grande debate.

A candidata disse que respeita as opiniões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que são favoráveis à legalização, mas assim como na questão do casamento gay, ela é contra. No entanto ela espera que o assunto seja levado à sociedade.

– Eu nunca tive nenhuma atitude de discriminação.

Durante entrevista de 25 minutos à Rádio 95 FM, Marina disse que sua candidatura conseguiu se impor no cenário eleitoral e que “acabou o plebiscito” entre PT e PSDB. No entanto, para a candidata o desafio agora é “acabar com a baixaria” de acusações entre seus adversários.

-Eu não estou me deixando pautar pelo jogo do vale-tudo.

A presidenciável voltou a criticar as acusações do vice do presidenciável José Serra, deputado Indio da Costa (DEM-RJ), que levantou recentemente a questão da suposta relação entre PT e as Farc (Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia). Marina disse que falta a Indio maturidade e”quilometragem política”.

Marina disse esperar de seus adversários uma postura de respeito à legislação e que, após as multas da Justiça Eleitoral, que não haja mais infrações. Para ela, Dilma Rousseff (PT) e Serra colecionam multas porque suas candidaturas têm estrutura financeira para pagar as punições.

– Eu ia lavar prato pelo resto da vida se fosse multada toda semana.

Governos

Se eleita, ela afirmou que não discriminará governos de oposição ao seu partido por acreditar que isso representa um “pensamento mesquinho”. Num discurso voltado para os nordestinos, Marina defendeu mais investimento em educação (principalmente no combate ao analfabetismo), saúde (com foco na luta contra a mortalidade infantil), segurança (destacou a violência doméstica) e manutenção do Bolsa Família, rechaçando a ideia de programa assistencialista.

Durante entrevista à Rádio 96 FM, Marina também abordou durante as entrevistas o investimento em obras de infraestrutura, uma vez que o Estado receberá jogos da Copa do Mundo de 2014. A candidata afirmou que quer ir além do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), o qual chamou de sistema de gerenciamento de obras.