Pautando o discurso de maneira calma e firme, a presidenta eleita reafirmou os compromissos de campanha e se emocionou ao falar do presidente Lula

Em seu primeiro discurso oficial, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) chamou todos a participarem na luta pela erradicação da miséria no Brasil. Para Dilma, o povo brasileiro, empreendedor e cheio de esperança é o grande exemplo para que ela tenha aceitado o desafio de ser presidente.

“O que mais me deu confiança e esperança, foi a capacidade do nosso povo de agarrar a oportunidade, por menos que seja, de construir um mundo melhor. Reforço meu compromisso de erradicação da miséria e criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras”.

“Essa ambiciosa meta não será realizada apelas para vontade do governo, mas é um chamado aos empresários, trabalhadores, imprensa (…) todas as pessoas de bem. Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, famílias na rua, crianças pobres passando fome. Assumo como meta, mas peço ajuda humildemente para acabarmos com o abismo que nos separa de ser uma nação totalmente desenvolvida.

Para ela, o governo do Presidente lula, tornou hoje possível, um sonho que sempre pareceu impossível.

“Reconhecemos que teremos um duro trabalho, essa nova era de prosperidade, encontra seu momento de maior potenciais, numa época em que as economias das grandes nações se encontram abaladas. Não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas, por isso se torna mais importante nossas próprias políticas e decisões econômicas” disse.

Lembrando da política social, Dilma reafirmou o compromisso com a educação, saúde, segurança pública e políticas voltadas ao combate às drogas.

“Me comprometi com a qualificação dos serviços de saúde, educação e segurança pública. Reafirmo meu compromisso. A visão moderna de desenvolvimento econômico valoriza o trabalhador e sua família, e a comunidade e o meio ambiente. Quero registrar que todos os compromissos que assumi que todos os mais necessitados terão toda a minha atenção”.

Bastante aplaudida, ela convidou a oposição a trabalhar com ela durante as eleições.
União

Após agradecer os partidos aliados, a presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT) fez questão de chamar os partidos da oposição a trabalharem junto com ela durante o mandato que ela assume a partir de janeiro de 2011.

“Vou com eles construir um governo… valorizar independente de partido. Estendo minhas mãos à oposição, não haverá discriminação a eles. Serei presidente de todos os brasileiros e brasileiras. (…) Num trabalho sem perseguição a adversário ou proteção dos amigos”, disse ela durante o discurso. .

“Nenhuma região do meu país ficará para trás, mas agradeço todos aqueles que votaram no primeiro e segundo turno, pois eles também fizeram valer a festa da democracia”, garantiu.
Responsabilidade econômica

“Estou longe de dizer que pretendemos fechar o pais ao mundo […] Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda grandes crises econômicas. É preciso estabelecer regras muito mais claras. Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade.

Falando sobre a econômica em seu discurso oficial, ela lembrou que o povo brasileiro quer um governo sustentável. “Vamos buscar desenvolvimento de longo prazo a taxas elevadas social e ambientalmente sustentáveis. Valorizarei os micro-empreendedores e o super simples (imposto)”, afirmou ela.

Dilma também lembrou o fundo do pré-sal e afirmou que este será uma espécie de poupança interna do país. “Vamos ter o fundo social do pré-sal como mecanismo de poupança social em longo prazo. Reserva a nação a parcela mais importante das riquezas. Não alienaremos nossas riquezas para dar o povo só as migalhas”, atestou a petista.
Liberdade de imprensa

“Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura”, disse ela sendo aplaudida.

Sobre a tão debatida liberdade de imprensa, Dilma garantiu que irá lutar por uma imprensa livre. Em discurso, a petista garantiu velar pela liberdade de imprensa e religiosa.

“Vou velar pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa e religiosa. Vou velar pela manutenção dos Direitos Humanos (…) pela Nossa Constituição, dever maior da presidência da república”, disse.
Emoção
O discurso pautado pelo tom sério e sisudo, Dilma se emocionou ao falar de Lula, a quem considera um grande líder “que nunca ficará longe do povo”.
“Agradeço especialmente e com emoção ao presidente Lula, ter a honra de seu apoio”, disse quase chorando. Ela segurou as lágrimas e continuou o discurso

“O Lula me deu a exata dimensão do governo e do líder apaixonado de seu país e de sua gente. A alegria que sinto hoje se mistura com a dos brasileiros. Um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e tenho certeza e confiança que a encontrarei aberta”, disse ela emocionada.

Lula foi o primeiro governante a fazer sucessor pelo voto direto.

“A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora, mas saberei honrar esse legado. Aprendi que quando se governa pensando no interesse público, uma imensa força brota e nos ajuda governar. Uma força que leva o país pra frente e ajuda a vencer os maiores desafios”, continuou ela.

“Agora é hora do trabalho, da união pela educação, desenvolvimento e pelo país. Foram eleitos novos governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Convido a todos, para uma ação determinada e efetiva enérgica em prol do futuro de nosso país. Sempre com a convicção que o Brasil será sempre do tamanho e da grandeza daquilo que nós fizermos por ela”, finalizou a presidenta, que entrou para história como a primeira mulher eleita para o caro mais importante da nação.