Doença de inverno, catapora exige mais cuidados com as crianças
Em dias frios, o confinamento das pessoas pode resultar em contágio com o vírus da varicela; pediatra alerta os pais sobre os cuidados; rede pública não disponibiliza a vacina no Brasil
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Em dias frios, o confinamento das pessoas pode resultar em contágio com o vírus da varicela; pediatra alerta os pais sobre os cuidados; rede pública não disponibiliza a vacina no Brasil
Febre, enjôo e coceira na pele. Em dois dias, Camile, 2, teve esses sintomas. A família, que mora na Vila Carlota, pensou que fosse uma gripe, mas quando as primeiras pintinhas apareceram no rosto e na barriga veio a certeza de que a criança estava com catapora, ou, varicela, doença comum no inverno e no pós-inverno, conforme o pediatra Rubens Trombini.
“Em sete dias vão desaparecer as pintinhas. Ela [Camile] perdeu um pouco o apetite. Não coçar com a unha suja porque tem risco de infecção. As unhas têm que ser cortadas e ela ficar sempre limpinha porque catapora é perigosa”, diz a avó Ana Nery Carneiro, 48.
“A varicela pode evoluir para o quadro de complicação hemorrágica, choque séptico e óbito”, diz Trombini.
Conforme Trombini, as doenças infecto contagiosas são freqüentes no inverno assim como a varicela, causada por vírus, como também a meningite [por bactérias e também da forma viral]. “É que nessa época do ano há o confinamento das crianças em creches, no ônibus, em lugar com maior aglomeração”, explica Trombini.
Hoje, no Brasil, já existe uma vacina aprovada, mas ainda não disponibilizada na rede pública de Saúde. Em hospitais e clínicas particulares a vacina custa em torno de R$ 100,00.
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o motivo para a não inclusão é o alto preço. Cada dose da vacina contra a catapora custa cerca de R$ 120 para a rede pública. O Ministério da Saúde disponibiliza a vacina em alguns casos: para a população indígena e para Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crias), onde são vacinadas pessoas com algum tipo de imunodeficiência grave, como a Aids. Em outros casos, ela só é encontrada na rede de saúde privada
Risco maior
Entre as crianças indígenas, que moram isoladas em aldeias, a varicela pode causar a dizimação de uma população, explica o pediatra. O Ministério da Saúde disponibiliza a imunização gratuitamente nas aldeias do País.
“Do ponto de vista imunológico, a criança índia não tem defesa, por viver isolada. A varicela pode dizimar toda uma aldeia”, frisa.
Adultos
Ainda conforme o especialista, o vírus da catapora é de alto contágio. Indagado sobre a enfermidade na fase adulta, Trombini explica que a varicela é ainda mais agressiva e exige cuidados médicos.
Comum e grave
A catapora é uma das doenças mais comuns da infância. Ela também é conhecida como varicela e é considerada uma doença benigna e auto-limitada, ou seja, desaparece sozinha em poucos dias.
O risco de transmissão de varicela existe em qualquer lugar do mundo, especialmente nas áreas urbanas com grandes aglomerados populacionais. É uma doença altamente transmissível, comum em crianças. A varicela pode ocorrer durante o ano todo, porém observa-se um aumento do número de casos no período que se estende do fim do inverno até a primavera (agosto a novembro), sendo comum, neste período, a ocorrência de surtos em creches e escolas.
A varicela é causada pelo vírus varicela-zoster e é transmitido por um indivíduo doente, pelo ar ou por contato direto com as lesões. O tempo de incubação é de dez a 21 dias, com uma média 18 dias. Uma pessoa com varicela pode contaminar outras desde dois dias antes das erupções aparecerem até cinco dias depois do surgimento da última lesão. Por isso, o ideal é que as mães só levem seus filhos à escola ou à creche uma semana depois das feridas cicatrizarem.
Os sintomas mais comuns são febre, manchas vermelhas, coceira e aparecimento de bolhas rosadas. Estas se transformam, quando secas, em crostas escuras que caem depois de um tempo. Surgem entre 250 e 500 lesões em todo o corpo.
Quando a enfermidade já está instalada, deve-se ter acompanhamento médico e evitar usar remédios por conta própria. Se o doente usar ácido acetil-salicílico (AAS) pode ocorrer a chamada Síndrome de Reye – insuficiência hepática e coma. Os cuidados básicos de higiene devem ser mantidos, especialmente unhas bem aparadas e limpas para evitar contaminação da ferida. Crianças que apresentem febre a partir do quarto dia de doença, febre maior que 39ºC no terceiro dia, retorno da febre após período afebril e dor intensa devem ser avaliadas imediatamente por um médico.
A varicela pode ter as seguintes complicações: infecção bacteriana secundária; doença invasiva por estreptococos do grupo A (fasciite necrotizante e síndrome do choque tóxico); pneumonia (causada pelo próprio vírus ou como resultado da infecção bacteriana secundária). Também podem ocorrer complicações neurológicas como a cerebelite e encefalite. Mais raramente, osteomielite, artrite, varicela hemorrágica, glomerulonefrite e a citada síndrome de Reye.
Algumas situações podem tornar uma pessoa mais suscetível às complicações da catapora: portadores de imunodeficiência; quem faz tratamento com imunossupressores (quimioterapia, radioterapia ou corticosteróides em grandes doses); gestantes; crianças menores de 1 ano e adultos. Algumas formas graves da catapora acontecem em recém-nascidos, contaminados por mães que contraíram a doença entre cinco dias antes do parto e dois dias após.
Se a mulher contrair varicela quando estiver grávida, pode ocorrer a síndrome da varicela congênita. Nesse caso, é possível que a criança apresente baixo peso, cicatrizes cutâneas, alterações oculares, diminuição do tamanho dos membros (hipoplasia de membros), diminuição do córtex cerebral (atrofia cortical) e retardo mental. Esse acometimento ocorre em menos de 2% das crianças cuja mãe apresentou varicela na gestação.
(Com informações do Ministério da Saúde)
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