Para atacar a quadrilha, a polícia, por meio de autorizações judiciais, monitorou as ligações telefônicas e as movimentações financeiras do bando acusado por tráfico de droga e lavagem de dinheiro

Operação policial conduzida desde janeiro deste ano pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), anunciada nesta terça-feira, desmanchou uma organização criminosa que chefiava um esquema de tráfico de drogas a partir do presídio de segurança máxima de Campo Grande, o maior do Estado.

Na investida, batizada de Tic-Tac, foram presas 13 pessoas, apreendidos 40 quilos de cocaína e sequestrados perto de R$ 200 mil que haviam sido depositados em contas bancárias dos implicados no caso.

O bando seguia regras impostas por uma espécie de estatuto do crime, que determinava quem era quem na organização dentro e fora do presídio.

A operação mobilizou 70 policiais civis de 11 delegacias e a investigação alcançou seis cidades do Estado: Campo Grande, Dourados, Corumbá, São Gabriel do Oeste, Três Lagoas e Ladário.

Sete pessoas, entre os quais donos de duas empresas foram indiciados por participação no esquema: uma transportadora de Dourados, a Nogueira Camargo Transportes e uma que negocia alimentos, em Ponta Porã, a Ferreira & Fortunato.

De acordo com o delegado do Denar, Carlos Delano, um dos coordenadores da investigação, o presidiário Marcos Elias da Costa, o Pirata, condenado por matar o motorista de um carro forte durante assalto acontecido 12 anos atrás, era quem chefiava a organização. Mesmo encarcerado ele determinava com quem a droga devia se negociada e para onde devia seguir, além de controlar as contas bancárias da quadrilha.

A mulher de Pirata – apelido dado a ele pelos seguidos ataques a navios que navegavam na região de Santos (SP), onde morava – Daisy Miolli da Silva, a Panda, também integrante do grupo, está presa desde o início do ano, em Campo Grande, por tráfico de cocaína.

O delegado disse que droga era comprada na fronteira com o Paraguai e com a Bolívia, e depois levada para os estados de São Paulo e Paraíba. O bando foi descoberto por meio de escutas telefônicas e quebra de sigilo bancário. Ele disse ainda que na cela de Pirata os policiais acharam nesta semana 9 chips, 3 telefones celulares, uma porção de pasta base e uma cartilha cujo conteúdo fixava tarefas e determinava funções aos membros da organização. Ali era estabelecida uma escala hierárquica do bando.

Durante a operação, os policiais apreenderam cartões de crédito, celulares e dinheiro e carros dos integrantes da quadrilha.

A operação ficou conhecida como Tic-Tac devido ao apelido do líder da quadrilha, o Pirata. Daí, os policiais recordaram o episódio do crocodilo da história de Peter Pan, que persegue o vilão Capitão Gancho, no caso o pirata. O apontado como chefe da quadrilha foi preso em 1997 e, de lá para cá, conquistou o direito de cumprir pena em regime semiaberto, mas 14 dias depois foi detido de novo por uso de documento falso. Os presos foram mostrados à imprensa sob o protesto de Pirata, que se irritou com a presença dos repórteres: “tenho meus direitos, não quero aparecer”, disse ele ao xingar uma repórter fotográfica.

A partir de texto extraído da wikepédia, aberta pela internet, a assessoria de imprensa da Polícia Civil assim narrou a história do pirata: o capitão James Gancho (James Hook) é um personagem de ficção original do livro e peça de teatro Peter Pan de James Matthew Barrie, é um dos mais conhecidos vilões da literatura e cinema. É um notório capitão pirata que comanda um navio chamado “Jolly Roger”, ancourado em uma baía da Terra do Nunca. Possui a mão direita substituída por um gancho, cortada propositadamente por seu arquiinimigo Peter Pan em uma luta contra o mesmo, onde foi dada de comer por ele a um grande crocodilo-de-água-salgada que apreciou tanto seu sabor, que veio a perseguir o capitão para devorar o que lhe restou desde então. Por sorte, o crocodilo engoliu um relógio e sempre ao se aproximar o ‘tic tac’ previne Gancho de ser devorado.