Uma delegação de deputados e senadores americanos avaliou nesta terça-feira em Madri de forma positiva a contribuição que o Brasil pode dar para ajudar a resolver o impasse em torno do programa nuclear do Irã.

“Se o Brasil e outros países podem pôr mais pressão para persuadir o Irã a abandonar a busca de armas nucleares, isso é algo bom”, disse o congressista republicano Roger Wicker, em coletiva de imprensa na Embaixada dos Estados Unidos na capital espanhola.

Wicker integrou uma delegação parlamentar composta por membros da Comissão sobre Segurança e Cooperação com a Europa do Congresso dos Estados Unidos (Comissão Helsinque), que se reuniu hoje com membros do governo espanhol.

O congressista confirmou que um dos assuntos tratados nessas reuniões foi o problema do Irã, e ressaltou que “há um consenso entre a maioria das nações do mundo de que um Irã nuclear é inaceitável”.

Sobre a contribuição do Brasil a solucionar o problema iraniano, o presidente da comissão e chefe da delegação, o senador democrata Benjamin L. Cardin, indicou que “pode ter um papel útil qualquer país que pense que um Irã transformado em um poder nuclear pode ser uma influência desestabilizadora”.

“Damos as boas-vindas nesse sentido a quantos países for possível”, disse Cardin. Os EUA e a União Europeia (UE) defendem uma linha dura que tende a sanções contra o regime iraniano, enquanto o Brasil aposta no diálogo.

Diálogo

Por sua vez, o deputado democrata Eni Faleomavaega ressaltou o novo papel global do Brasil, junto a China e Índia, e avaliou positivamente o fato de o governo brasileiro querer “continuar o processo de negociação” com o Irã.

“Se há alguma maneira, sob a liderança brasileira, de se dirigir diretamente aos líderes iranianos para convencê-los a atender ao que a maioria da comunidade internacional pede, é preciso seguir esse caminho”, opinou Faleomavaega.

O próprio presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse hoje que vê de forma positiva uma possível mediação do Brasil no conflito nuclear, e que tais esforços seriam “frutíferos”.

“Temos muitos amigos no mundo interessados em ajudar e colaborar e que, como nós mesmos, não estão de acordo com as tensões e buscam a paz”, afirmou.

“Entre eles estão o povo e o governo do Brasil, com quem mantemos boas relações. O Brasil foi um dos países que defendeu o Irã”, acrescentou Ahmadinejad.