Causa da morte de andarilha que teria sido estuprada é incógnita

Companheiro, na mesma situação de envolvimento com o álcool, apontado pela polícia como suspeito, disse ao Midiamax que vai à tarde visitar a esposa no hospital. Ele não sabe que ela faleceu; vizinhos disseram que Laura sofria frequentes agressões físicas

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Companheiro, na mesma situação de envolvimento com o álcool, apontado pela polícia como suspeito, disse ao Midiamax que vai à tarde visitar a esposa no hospital. Ele não sabe que ela faleceu; vizinhos disseram que Laura sofria frequentes agressões físicas

O alcoolismo pode ter sido o começo do fim da vida de Laura Fernandes dos Santos Macedo, 45, andarilha, moradora do Jardim Corcovado, região do Coophavila II, na Capital.

Ela morreu na noite de ontem (22h25), na Santa Casa e a história ainda é incógnita porque, para ser esclarecida, depende do laudo do Instituto Médico Legal.

No boletim de ocorrência policial consta que ela teria sido vítima de estupro por um morador de rua, mas, no hospital, a informação é de que Laura foi internada na sexta-feira (19), teve problemas graves de fígado e não resistiu.

Nas ruas

Pedro Macedo, 48, companheiro dela há 1 ano e 8 meses disse à reportagem que trabalha como pedreiro, e que todos os dias, quando ele saía para o trabalho, Laura ia beber. “Eu cuidava dela e nesse tempo nunca tivemos desentendimento. Ela bebia muito”, conta.

Sem saber sobre a morte da mulher, ele disse que iria visitar a esposa na Santa Casa.

O casal morava em um casebre na Rua das Coxilhas, no Jardim Corcovado.

O filho dela, Renato Fernandes dos Santos, relatou ao Midiamax que não tinha contato com a mãe, mas soube, através de uma assistente social, que ela precisava de cuidados médicos urgentes.

Junto com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ele foi buscar a mãe na casa dela na sexta-feira (19). A assistente social teria dito que a mãe dele poderia ter sofrido também violência sexual e agressão.

“Minha mãe não falava nada, só repetia meu nome”, conta o filho. Ela foi levada para o posto de saúde do Coophavila II. Laura foi internada na Santa Casa, onde faleceu por complicações hepáticas, na noite de ontem.

Segundo informações da polícia, o 6º Distrito Policial vai investigar o caso. Já havia um boletim de ocorrência contra o companheiro de Laura no dia 25 de janeiro de 2009, por agressão e ameaça.

O corpo dela está ainda no Instituto Médico Legal à espera de liberação.

Violência

Os moradores do bairro não souberam falar sobre o estupro, mas, na entrevista, ficou evidente que as surras eram freqüentes, sem qualquer intervenção da vizinhança.

Para a vizinha do casal, Ester Noé, 61, moradora há 27 anos do bairro, o uso de drogas e bebidas alcoólicas teria levado Laura à morte. “Eles bebiam demais. Quando o pessoal [Samu e o filho] veio buscar a dona Laura, ela estava paralisada”.

Já outro morador, de 81 anos, residente no bairro há 30, e que não quis ser identificado, disse à reportagem que o movimento de usuários de droga no local é freqüente. “Temos medo porque bebida e droga rola solto no bairro”.

(Revisado às 14h10, para correção)

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