Relatório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Minas Gerais concluído nesta quinta-feira (29) aponta que os suspeitos de matar Eliza Samudio foram forçados a deixar suas impressões digitais com a Polícia Civil. Forçar suspeitos a produzir obras contra si é uma quebra do Código de Processo Penal. A Polícia Civil nega ter retirado as digitais.

O relatório é de autoria de Cintia Ribeiro de Freitas, delegada de prerrogativas da OAB-MG, cargo responsável por apurar esse tipo de suspeita de abuso. A assessoria de imprensa da OAB confirmou que o relatório está concluído, mas sua íntegra só será divulgada caso o presidente queira. Nesta tarde, o presidente da OAB-MG, Luis Cláudio da Silva Chaves, estava incomunicável porque acompanhava o JAM (Jogos dos Advogados Mineiros), segundo a assessoria. Ele ainda não leu o relatório, de acordo com a assessoria.

Segundo Cíntia, a OAB-MG e a Polícia Civil firmaram acordo para que as etapas do processo envolvendo depoimentos dos suspeitos seriam previamente comunicadas. Porém, nesta manhã, os seis suspeitos que são defendidos pelo advogado Ércio Quaresma – entre eles o goleiro Bruno Fernandes, ex-amante de Eliza e suspeito de ser o mandante do crime – foram levados até a delegacia sem o conhecimento da OAB, disse a advogada.

– Eu só tive conhecimento dos fatos quando fui contatada por um dos advogados, que me disse que o acesso [dos advogados] aos acusados estaria sendo negado.

Cíntia conta ter levado duas testemunhas da Ordem para registrar o fato.