O Brasil tem hoje um cronograma de pagamentos na área de construção e manutenção de rodovias dez vezes maior do que no início da década, estima o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Segundo ele, o país viveu “uma paradeira de 25 anos” a área, mas nos últimos anos “as obras que não saíam do papel vieram à tona”.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços, ele afirma que “hoje se pode dizer que a malha rodoviária não tem nenhum trecho importante que não seja sendo objeto de algum contrato de recuperação ou pavimentação.
Quanto às obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, que vai se realizar no Brasil, Passos lembra que os planos estão em andamento, com a participação de diversas areas, como os ministérios do Esporte e das Cidades.
Sobre o transporte ferroviário, o ministro lembra que os maiores investimentos nessa malha ocorreram no século 19 até metade do século 20 e não tiveram continuidade ou manutenção. Para ele, o fato de as linhas antigas terem bitola estreita inviabiliza a sua utilização para suprir as necessidades de um transporte de carga ou de passageiros mais rápido e, por isso, são necessários novos investimentos.
“O Brasil procura recuperar o tempo perdido”, diz o ministro,. Ele lembra ainda que todos os grandes países se preocuparam com essa alternativa e oferecem à população um transporte regional e urbano de passageiros e de carga compatível com o seu nível de desenvolvimento, incluídos os metrôs e outras alternativas como os veículos leves sobre trilhos, os VLTs.
Aegundo Paulo Sérgio Passos, “o Brasil andou na contramão da história e agora quer recuperar o tempo perdido, pois nenhum país pode aspirar ao desenvolvimento sem antes superar os gargalos mais importantes. A área de infraestrutura, diz, deve comportar investimentos como se faz nos setores sociais, entre eles a saúde e a educação.
O ministro destaca a importância para a economia brasileira das obras das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste. Na parte oeste, na Bahia, as obras contam com 9 mil trabalhadores. Essa ferrovia, de acordo com ele, deverá, no futuro, se estender até o Rio Grande do Sul, sendo de grande importância para o escoamento agrícola. A interligação das duas ferrovias deverá envolver trecho de cerca de 1 mil quilometros.
Paulo Sérgio Passos diz que na medida em que vão sendo construídas linhas de alta capacidade, de traçado mais moderno, como no caso da Transnordestina, abre-se a perspectiva futura de o país usar o transporte sobre trilhos tanto para carga quanto para transporte de passageiros.