A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu nesta terça-feira (31), em um movimento de ajuste após a perda de 2% na véspera. No fechamento, o Ibovespa teve valorização de 1,38% e recuperou os 65 mil pontos, fechando em 65.145 pontos. Essa recuperação, no entanto, não foi suficiente para deixar o índice no azul nem no mês, nem no ano. A Bolsa acumulou queda de 3,51% em agosto e de 5,01% em 2010.

Os papéis preferenciais da Vale e da Petrobras, que têm maior volume de negócios no índice, subiram 1,30% e 1,77%, respectivamente.

Em sua alta, o Ibovespa acompanhou os EUA durante a maior parte do dia. Hoje foi divulgado o indicador de confiança do consumidor dos Estados Unidos, que aumentou em agosto, enquanto os preços de moradias no país subiram mais que o esperado em junho, dando um certo alívio aos preocupados com a desaceleração da retomada econômica.

Outro relatório divulgado nesta terça-feira, porém, mostrou que a atividade empresarial no Meio-Oeste norte-americano diminuiu em agosto, ficando pouco abaixo do ritmo esperado por economistas.

O Conference Board informou que o índice de confiança do consumidor subiu para 53,5 em agosto, ante a leitura revisada de 51,0 em julho. A mediana das previsões de analistas ouvidos pela Reuters projetava uma leitura de 50,5. As estimativas variavam entre 47,5 e 55,0.

Mas a melhora da confiança tranquilizou os investidores após os relatórios econômicos fracos das últimas semanas. O desemprego elevado e o gasto reduzido do consumidor são considerados os maiores obstáculos à recuperação.

As bolsas nos EUA subiram até a divulgação da ata referente à última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central do país. Na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) realizada neste mês, os membros do Fed sinalizaram que poderão ir além de um modesto plano de recompra de títulos, caso seja necessário impulsionar a economia americana. A ata referente ao encontro de 10 de agosto mostrou que o banco central americano reconheceu que a economia poderá necessitar de mais estímulos além da recompra de papéis do governo. Entre as medidas, estaria a redução dos juros de empréstimos voltados ao consumo.

A ata não detalhou quais serão os próximos passos a serem tomados, mas indicou que os membros do Comitê concentram as atenções em uma leve movimentação do Fed, no sentido de reaplicar os recursos de sua enorme carteira de títulos de hipotecas em papéis do Tesouro. Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, já havia dito que a instituição considerava fazer uma outra grande compra de títulos caso a economia se deteriorasse significativamente.

Apesar da virada do mercado americano para o campo negativo, o economista da Modal Asset Management, Ivo Chermont, ressaltou que a ata do Fed divulgada nesta tarde não trouxe mudanças significativas e que o movimento das bolsas mostra apenas uma volatilidade. “Pelo fato de Bernanke já ter falado na última semana, parte da mensagem já havia sido passada ao mercado”, comentou.

Chermont avalia que a principal medida considerada pelo Fed para estimular a economia será o aumento da compra dos Treasuries mais longos, conforme já sinalizado por Bernanke. Nasdaq fechou em queda de 0,28% e Dow Jones subiu apenas 0,05%.