Às voltas em mais um embate com a Inglaterra por causa da disputa pelo controle das Ilhas Malvinas, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, comanda hoje (2), em Ushuaia – chamada de a Terra do Fogo – uma cerimônia em tom nacionalista em defesa da posição de seu país. A solenidade celebra o 28º aniversário da Guerra das Malvinas, ou Falklands, nome do arquipélago em inglês.

De acordo com a Telam, agência oficial de notícias da Argentina, as cerimônias serão concentradas em Ushuaia, capital da província da Terra do Fogo, e na cidade de Rio Grande. Ambas são áreas do território argentino próximas das Malvinas, a cerca de 480 quilômetros. Estão previstas cerimônias cívicas, vigílias e apresentações de orquestras sinfônicas.

A Guerra das Malvinas durou de 2 de abril a 14 de junho de 1982 e provocou a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e três ilhéus. Os argentinos saíram derrotados. No governo do ex-presidente Néstor Kirchner, que antecedeu o da sua mulher, Cristina Kirchner, houve campanha para retomar o controle da região.

No último dia 30, Cristina Kirchner disse que a Argentina continuará sua batalha diplomática e política com a Inglaterra pelos direitos sobre as ilhas Malvinas.

“Essa batalha”, disse a presidente, “será eterna, mas não usará a força, como no passado. Pelo contrário, será uma profunda batalha diplomática, cultural e política, em todas as frentes e foros, usando os instrumentos do direito internacional e nacional em defesa do nosso patrimônio e dos nossos direitos naturais”.

Recentemente, a presidente argentina também reacendeu o debate ao determinar que embarcações estrangeiras devem se submeter à autorização federal, medida que afeta diretamente os interesses ingleses na região. Desde o século 19, a Argentina e a Inglaterra disputam o controle sobre as Ilhas Malvinas – que desde 1833 estão sob comando inglês.

No último dia 29, a empresa inglesa de exploração de petróleo British Petroleum iniciou a prospecção nas Ilhas Malvinas. Depois das primeiras ações, a companhia informou que o petróleo encontrado é de qualidade inferior. A informação causou queda das ações da empresa na Bolsa de Valores de Londres.

Na cerimônia que será realizada hoje em Ushuaia, Cristina Kirchner estará acompanhada por várias autoridades militares e civis. Estarão presentes ministros da Defesa, Nilda Garre, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general de brigada Jorge Chevalier, além dos chefes das três Forçar Armadas. Representantes dos centros de veteranos de guerra de Ushuaia e Rio Grande irão participar.