Depois de anunciar a sua terceira convocação sob o comando da seleção brasileira, o técnico Mano Menezes justificou nesta quinta-feira, no Rio, o fato de ter deixado Neymar de fora da lista de jogadores chamados, logo após o atacante ter sido pivô de um conflito que culminou na demissão de Dorival Júnior do comando do Santos. Ao comentar a ausência, o treinador deixou claro que as portas da seleção seguem abertas ao craque, mas mandou um recado ao jovem atleta.

“A volta de Neymar vai depender dele. Espero mesmo que seja circunstancial essa fase e que ele volte a chamar a atenção pelo que chamou atenção há pouco tempo, que é pelo seu talento e pelo seu poder de decisão, tudo o que o trouxe para seleção principal pela primeira vez comigo”, afirmou Mano Menezes, deixando claro que não irá tolerar comportamentos inadequados do jogador dentro de campo com a camisa do Santos – Neymar foi afastado da partida contra o Guarani, no último domingo, em Campinas, depois de ter xingado Dorival Júnior após o técnico impedi-lo de bater um pênalti na partida contra o Atlético-GO, na Vila Belmiro.

 “Penso que deixamos bastante claro a linha que estamos pensando na condução do trabalho. Sempre dissemos que o que vai trazer os jogadores para a seleção é aquilo que eles produzirem dentro do campo. Os últimos momentos (de Neymar) têm sido conturbados e vamos deixar esses problemas fora da seleção neste momento, como achamos importante deixar isso bastante claro”, disse o comandante, para depois reforçar que deverá voltar a dar chances a Neymar no futuro.

“Não queremos ser mais realistas e mais duros do que ninguém. Apenas todos temos bastante nítido na nossa mente que o futebol muito bem jogado dos últimos meses seja a marca de um jogador talentoso como o Neymar. Se isso voltar a ser a norma, a regra, lá na frente ele voltará à seleção”, avisou.

Ao mesmo tempo, porém, Mano evitou julgar o comportamento da estrela do time santista de forma específica, pois diz não possuir conhecimento suficiente dos fatos que levaram Dorival Júnior a deixar o comando do Santos após o atrito que teve com Neymar e a diretoria do clube. “Eu vejo algumas questões com um pouco de preocupação e outras com certa naturalidade. A preocupação ela se traduz em ver aquilo que não gostaríamos de ver. Já a naturalidade é entender que são situações que podem acontecer com jogadores jovens. Mas não quero analisar mais a fundo porque não vimos de perto o que aconteceu.”

O treinador da seleção também negou que tenha conversado com Dorival Júnior para discutir sobre o episódio envolvendo Neymar, assim como também não falou com o jogador. “Pretendo manter contato com os jogadores quando estiverem no convívio dentro da seleção brasileira. E o técnico deve se ater a essa circunstância”, opinou.