Mais de 51% dos brasileiros acham que o atendimento de saúde é demorado em postos e hospitais. O dado faz parte do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Ainda de acordo com o levantamento, 35,9% da população do país considera a linguagem utilizada pelos médicos razoável; e 42,8% dos brasileiros notaram interesse regular dos profissionais de saúde durante o atendimento.

A associação dessas três percepções resulta no Índice de Valores Humanos (IVH) de Saúde, também apresentado neste relatório. O indicador é inédito e varia de 0 a 1. O IVH-Saúde do Brasil é de 0,45.

O cálculo do IVH é baseado em entrevistas feitas pelo Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, com mais de 2 mil pessoas. A pesquisa foi feita de forma amostral em 148 cidades.

O Índice de Valores Humanos de Saúde avalia o tempo de espera para atendimento no serviço de saúde, a linguagem utilizada pelos profissionais de saúde e o interesse desses profissionais, sempre segundo a percepção da população. O dado abrange tanto o serviço público quanto o privado, sem distinção entre eles. Quanto melhor a avaliação da população, maior o valor atribuído.

“A intenção não é avaliar um ou outro serviço, e sim relatar a experiência da população quando há necessidade desses serviços. Não foi perguntado o tempo de espera, por exemplo, mas apenas se houve ou não demora, na percepção da população”, diz Flávio Comim, economista do PNUD Brasil e coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010.

O PNUD destaca que o aspecto da saúde é um dos três que compõem o Índice de Valores Humanos (IVH) geral. O índice pretende traçar o perfil da população brasileira nas áreas de saúde, educação e trabalho, segundo a percepção da própria população.