A Folha começa hoje a publicar uma modalidade de pesquisa eleitoral conhecida como “tracking”, que é pouco divulgada pela mídia, mas muito empregada pelas equipes de marketing dos candidatos e por instituições financeiras.

A pesquisa é feita pelo Datafolha apenas entre os eleitores que possuem telefone fixo em casa e, por isso, reflete as opiniões de um público de mais renda e escolaridade e mais concentrado no Sudeste do que a média nacional – não é, portanto, representativa do total de eleitores do país.

No primeiro levantamento, feito anteontem – um dia depois do início do horário eleitoral gratuito -, Ciro Gomes (PPS) obteve 32% das intenções de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 27%, José Serra (PSDB) 17%, e Anthony Garotinho (PSB) 11%.

Segundo Mauro Francisco Paulino, diretor-geral do Datafolha, esses números não podem ser comparados com os da pesquisa tradicional feita pelo instituto – nem mesmo com a parcela que tem telefone no universo da pesquisa tradicional.

“Apesar de serem públicos semelhantes, a forma de abordagem é diferente. Na rua, o entrevistador mostra um cartão com os nomes dos candidatos. Por telefone, os nomes são lidos pelo pesquisador”, explica Paulino.

Por exemplo, na última pesquisa tradicional do Datafolha, feita nos dias 15 e 16 deste mês, Lula obteve 37%, Ciro 27%, Serra 13%, e Garotinho 12%. Quando o instituto separa deste público entrevistado na rua apenas os que têm telefone fixo em casa, o resultado obtido é: Lula 37%, Ciro 30%, Serra 14%, e Garotinho 11%.

HORÁRIO ELEITORAL – Três candidatos empataram na avaliação do eleitor sobre qual foi o melhor no horário eleitoral gratuito na TV exibido na terça-feira, de acordo com o rastreamento feito no dia seguinte.

Segundo o Datafolha, Lula foi considerado o melhor por 17% dos entrevistados, Ciro, por 16%, e Serra, por 14%. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Como nesse caso o pesquisador não forneceu a lista de candidatos – a resposta foi espontânea -, a taxa de entrevistados que não souberam apontar nenhum candidato como o melhor foi alta, de 44%.

Dos entrevistados, 4% citaram Garotinho, 3%, outros candidatos, e, para 1%, todos os candidatos foram os melhores.