Pode terminar nesta terça-feira (7) a verdadeira novela que envolve a sucessão na presidência da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), que no ano passado teve Francisco Cezário cassado após denúncias de corrupção na gestão da entidade.
Atualmente comandada interinamente por Estevão Petrallas, a FFMS convocou eleição para o cargo de presidente. A Assembleia Geral Extraordinária está marcada para as 10h30, no Grand Park Hotel, em Campo Grande.
Seis candidatos disputam a cobiçada vaga na presidência da FFMS: Américo Ferreira da Silva Neto, André Delgado Baird, Antonio Vieira Cesário da Cunha, Estevão António Petrallas, Marco Antônio de Araújo e Paulo Sérgio Teles.
Esta eleição ocorre em um momento delicado para o futebol sul-mato-grossense, quase um ano depois da deposição de Francisco Cezário, investigado por suspeita de desvio de recursos da FFMS.
Após a detenção de Cezário, Estevão Antônio Petrallas assumiu interinamente a presidência da federação, por indicação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e agora também concorre ao cargo em definitivo.
A disputa pela presidência da FFMS ganha ainda mais destaque diante de informações sobre a remuneração do cargo. Segundo uma reportagem publicada pela Revista Piauí, presidentes de federações estaduais de futebol podem receber salários na ordem de R$ 215 mil mensais, o que evidencia a importância e o poder da função dentro da estrutura do futebol local.
A convocação para a eleição foi formalizada através de edital, em cumprimento às deliberações de assembleias anteriores e ao estatuto da FFMS. A lista de 51 filiados aptos a votar, que estão em dia com suas obrigações estatutárias perante a FFMS e a CBF, foi divulgada no site da entidade.
Cada um dos seis candidatos terá a oportunidade de apresentar suas propostas aos filiados durante a assembleia, com um tempo de 15 minutos para cada apresentação, conforme estabelecido no edital de convocação.
Seis candidatos na disputa
Estevão Antônio Petrallas, ex-presidente do Operário, é o atual presidente interino da FFMS. Ele foi nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em maio, após a prisão de Francisco Cezário sob acusações de desvio de verbas e outras irregularidades.
A nomeação de Petrallas, porém, gerou controvérsia. Reinaldo Leão, advogado do Comercial, questionou a indicação, alegando irregularidades na prestação de contas da Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul, da qual Petrallas já foi presidente. O TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva do MS) rejeitou a denúncia por 4 votos a 3.
Além destes, outros sei candidatos concorrem ao cargo. Paulo Sérgio Telles, ex-presidente do extinto Cene, é um dos postulantes. Sob sua gestão, o Cene conquistou seis títulos estaduais. O clube, fundado em 1999 por fazendeiros de Jardim e transferido para Campo Grande em 2001, era mantido pela associação ligada ao Reverendo Moon, um influente líder religioso coreano que adquiriu grandes propriedades no Estado, inclusive no Pantanal.
Outro candidato é Antonio Vieira Cesário da Cunha, conhecido como Toni Vieira, também ex-presidente do Operário. Durante sua gestão, o clube enfrentou uma grave crise financeira, chegando a ter sua sede leiloada em 2012 para quitar dívidas. Atualmente, Toni é empresário e proprietário de uma escola e quadra de beach tennis.
Américo Ferreira da Silva Neto, vice-presidente da FFMS e ex-presidente do Novo, também disputa a eleição. O Novo, inicialmente chamado de Novoperário, foi fundado por ex-membros da torcida organizada do Operário. Depois, o clube mudou de nome e transferiu sua sede para Sidrolândia. Nas redes sociais, Américo é visto em foto ao lado de Petrallas e Cezário em evento esportivo.
Do interior do Estado, colocaram seu nome para esta eleição Marcos Antonio de Araújo, presidente afastado do DAC (Dourados Atlético Clube), e André Delgado Baird, presidente afastado do CREC (Costa Rica Esporte Clube).
O DAC é um clube recente, mas que já impressionou ao conquistar o título da Série B estadual e ser vice-campeão da Série A em 2020 e 2021. A empresa de Marcos foi alvo da Operação Cartão Vermelho, realizada pelo GAECO, que cumpriu mandados de busca em sua casa e empresa, Invictus Sports. Ele afirmou ter colaborado com as investigações e confiava na Justiça.
O CREC, presidido por André Baird, é o atual campeão estadual e disputou a Série D do Campeonato Brasileiro. Além do título de 2023, o clube também foi campeão estadual em 2021. Baird, no entanto, foi citado na CPI da Expo Rica 2023, por envolvimento em um esquema de corrupção e superfaturamento. O relatório final da comissão apontou que o CREC teria lucrado mais de R$ 190 mil com a venda de bebidas no evento, em um suposto esquema para desviar recursos públicos e beneficiar o clube.
Clubes tentaram eleições em 2024
Em duas oportunidades, os clubes filiados tentaram realizar eleições no ano de 2024. Uma votação chegou a ser agendada para 1º de novembro de 2024, mas foi suspensa pelo TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul) devido ao não cumprimento dos prazos previstos nos editais para a divulgação das candidaturas.
Depois, os clubes convocaram uma assembleia-geral extraordinária em 12 de dezembro, visando deliberar sobre a alteração do Estatuto Social e a eleição de um novo presidente para a entidade.
Entretanto, a decisão desta assembleia foi de manter o estatuto da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) e postergar as eleições para a presidência da entidade para depois do Campeonato Estadual Série A de 2025, o que acontece agora na terça-feira (8).
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