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Esportes

A virada inesperada: como o Brasil venceu o Sul-Americano Sub-20

Júlio Brandão -
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O Brasil conquistou, no dia 16 de fevereiro, o 13º título do Campeonato Sul-Americano Sub-20 em uma recuperação inesperada após uma derrota humilhante de 0 a 6 contra a Argentina. Desafiando as probabilidades de manter seu título de campeão sul-americano sub-20, a vitória improvável veio após a estreia chocante do Brasil no Campeonato realizado na Venezuela, onde sofreu a pior derrota da história contra seu maior rival, a Argentina. No entanto, apenas quatro semanas depois, o Brasil não apenas manteve seu título continental, mas o fez sem perder uma única partida na fase final de todos contra todos.

O técnico Ramón Menezes, frequentemente criticado apesar de ter liderado o time à vitória na edição de 2023 com jogadores importantes como Vitor Roque e Andrey Santos, agora conquistou campeonatos sub-20 consecutivos. 

Tendo enfrentado uma crise anteriormente após não conseguir classificar a seleção principal do Brasil para as Olimpíadas de Paris em 2024 em um torneio pré-olímpico também realizado na Venezuela, Menezes conseguiu virar a narrativa, apresentando uma nova possibilidade para um time que antes estava em turbulência.

O Sub-20 também se tornou um dos torneios mais movimentados no mundo das online sports betting. Com a crescente popularidade das plataformas de apostas online, a competição ganhou espaço entre os apostadores, que veem no torneio uma oportunidade de acompanhar jovens talentos e acrescentar ainda mais emoção às partidas.

Uma casa de apostas confiável como a Stake.com, oferece uma variedade de apostas para os jogos do Sul-Americano Sub-20, incluindo palpites sobre os campeões da edição, artilheiros, resultados de partidas e até mesmo jogadores que serão revelados.

Reviravolta

Após a desastrosa partida de abertura contra a Argentina, o Brasil unificou sua estratégia, adotando uma abordagem pragmática para navegar em uma competição onde as bet sports eram perigosamente altas, arriscando a não classificação para a Copa do Mundo Sub-20.

A resposta tática envolveu ceder a posse de bola, fortalecer sua defesa para preencher as lacunas em um sistema inconstante e confiar em contra-ataques liderados por Rayan, o ponta esquerda do Vasco da Gama, junto com Wesley, um ex-jogador do Corinthians agora na Arábia Saudita, e Pedro, outro produto da academia do Corinthians atualmente com o Zenit, que surgiu como o destaque do Brasil durante todo o torneio.

Apesar dessa abordagem conservadora, o Brasil se tornou campeão, tendo mantido apenas 46% da posse de bola durante todo o torneio. Durante a fase final de todos contra todos, que determinou o campeão e as quatro equipes classificadas para a Copa do Mundo Sub-20, programada para acontecer no Chile em setembro e outubro, o Brasil só teve mais posse de bola do que seus oponentes em uma das cinco partidas — a final contra o Chile, que não teve apostas para o último.

O Brasil selou seu título com uma vitória convincente de 3 a 0. A Argentina, precisando de uma grande vitória, sofreu um revés chocante contra o Paraguai, perdendo por 2 a 3.

No entanto, o campeonato não mascara a baixa qualidade geral do jogo de uma equipe brasileira que conta com vários nomes promissores, incluindo o meio-campista Gabriel Moscardo, emprestado pelo PSG.

Sem falar na ausência de jogadores de ponta que poderiam ter sido convocados, como Endrick (Real Madrid), Vitor Roque (Barcelona, emprestado ao Real Betis Balompié) ou Estevão (Palmeiras, agora vendido ao Chelsea).

A Argentina, sob o comando de Diego Placente, também enfrenta escrutínio. O favoritismo inicial diminuiu durante a fase final do torneio, onde eles só conseguiram um decepcionante empate de 1 a 1 contra um Brasil traumatizado.

Os hermanos não conseguiram capitalizar sua exibição superior de futebol ou ostentar qualidade muito maior do que a do Brasil, e não utilizaram o jogador mais influente do torneio, Diablito Echeverri, que marcou seis gols e deu três assistências em nove partidas. Echeverri logo se juntará ao Manchester City sob a orientação de Pep Guardiola.

Provocações

Após a conquista do título Sul-Americano Sub-20 ao derrotar o Chile por 3 a 0 na rodada final, durante a cerimônia de premiação, Igor Serrote, um jogador de destaque da seleção, foi ao Instagram Live para zombar dos jogadores argentinos.

O jogador do Grêmio já havia causado polêmica durante o torneio, principalmente na partida decisiva entre Argentina e Brasil. Naquele encontro, Serrote provocou a multidão exibindo suas cinco estrelas, enquanto Franco Mastantuono retrucou: “Você levou seis, cara morto”, referindo-se à impressionante vitória da Argentina por 6 a 0 sobre o Brasil na fase de grupos.

Após a comemoração do título, Serrote continuou suas provocações aos argentinos, primeiro gesticulando em direção à câmera e gritando: “O que aconteceu?” Mais tarde, ele reiterou a mesma pergunta nas redes sociais, desta vez direcionando-a ao jornal argentino Olé, enfatizando o status de campeão do Brasil.

Inicialmente, o Brasil entrou no torneio com dúvidas após sofrer uma pesada derrota por 6 a 0 para a Argentina. No entanto, a seleção rapidamente recuperou sua forma com vitórias apertadas contra a Bolívia (2 a 1) e o Equador (3 a 2). O Brasil enfrentou outro revés na Rodada 5, perdendo por 1 a 0 para a Colômbia, o que os colocou em terceiro no Grupo B com seis pontos.

Na rodada final, o Brasil empatou com a Argentina e garantiu vitórias sobre Uruguai, Colômbia, Paraguai e Chile. Esses resultados levaram a seleção ao topo da tabela da fase final,  sendo coroados campeões.

Ramon Menezes, o técnico

A trajetória de Ramon Menezes à frente da Seleção Brasileira Sub-20 tem sido marcada por altos e baixos. Após um início conturbado e a iminência de uma demissão, o treinador conseguiu se firmar no cargo e conquistar títulos importantes, como o Sul-Americano Sub-20. Mas como ele conseguiu superar os desafios e se manter à frente da equipe?

Ramon Menezes chegou à Seleção Brasileira Sub-20 com a missão de formar uma equipe competitiva e revelar novos talentos para o futebol brasileiro. Inicialmente, o trabalho do treinador foi bem avaliado, com resultados positivos e um estilo de jogo ofensivo. No entanto, a eliminação nas quartas de final do Mundial Sub-20 de 2023 abalou sua posição e colocou em xeque a sua continuidade no cargo.

Apesar da pressão, Ramon Menezes recebeu uma nova chance e conseguiu dar a volta por cima – fundamental para consolidar sua posição à frente da equipe. Apesar das dificuldades iniciais, o treinador conseguiu conquistar títulos importantes e desenvolver novos talentos para o futebol brasileiro. Menezes possui um profundo conhecimento do futebol de base brasileiro, e a CBF parece ter um projeto de longo prazo para a base da seleção, na qual Ramon se encaixa. Além disso, a escassez de treinadores com experiência em categorias de base pode ter dificultado a busca por um substituto.

Com a conquista do Sul-Americano Sub-20, o técnico se consolidou como um dos principais nomes do futebol de base brasileiro. No entanto, o treinador ainda tem a provar. A próxima Copa do Mundo Sub-20, prevista para setembro e outubro, será um grande teste para o seu trabalho e para a geração de jogadores que ele está formando.

Sobre o Sub-20

O Sul-Americano Sub-20 é muito mais do que um simples torneio de futebol. É um celeiro de talentos, um palco onde jovens atletas dão seus primeiros passos rumo ao estrelato internacional.

Organizado pela CONMEBOL, a competição não só promove a rivalidade entre as seleções sul-americanas, mas também serve como um trampolim crucial para a classificação ao Mundial Sub-20 da FIFA. Desde sua criação em 1954, o torneio passou por diversas transformações, tanto em seu formato quanto em sua relevância, consolidando-se como uma das competições de base mais importantes do planeta.

Uma História que Começou em 1954

A primeira edição do torneio, então chamada de Campeonato Sul-Americano Juvenil, foi realizada na Venezuela, entre 22 de março e 13 de abril de 1954. Na época, a competição era voltada para jogadores sub-19 e marcou o início de uma tradição que se estende por mais de sete décadas.

Em 1977, o torneio foi reestruturado para alinhar-se ao calendário da FIFA, passando a ser disputado por seleções sub-20. Desde então, o Sul-Americano Sub-20 tem sido um berço de grandes nomes do futebol mundial. Ícones como Diego Maradona, Lionel Messi e Neymar começaram a escrever suas histórias neste torneio, usando-o como plataforma para conquistar o mundo. A competição não apenas revela talentos, mas também reforça a importância do futebol de base na formação de atletas de alto nível.

Brasil: o gigante do Sub-20

Quando o assunto é Sub-20, o Brasil domina o cenário. Com 13 títulos, a seleção canarinho é a maior vencedora da competição, consolidando-se como uma potência no futebol de base. O último triunfo veio em 2023, quando o Brasil levantou a taça pela 12ª vez, reafirmando sua hegemonia.

Logo atrás, aparece o Uruguai, com 8 conquistas, e a Argentina, com 5 títulos. Essa rivalidade entre as três maiores potências do futebol sul-americano é um dos grandes atrativos do torneio, que sempre promove jogos emocionantes e cheios de história. Além deles, seleções como Colômbia, Paraguai e Equador também já deixaram sua marca, provando que a competição é marcada por uma alta competitividade e por surpresas que mantêm os torcedores em suspense.

Formato

O Sul-Americano Sub-20 reúne as dez seleções filiadas à CONMEBOL, que são divididas em dois grupos de cinco equipes. Na fase inicial, cada time disputa quatro partidas, e as três melhores de cada grupo avançam para o hexagonal final.

Nessa etapa decisiva, as seis seleções restantes se enfrentam em um sistema de todos contra todos. Diferente de outras competições, não há jogos eliminatórios, finais ou disputa pelo terceiro lugar. O campeão e os classificados para o Mundial Sub-20 são determinados com base na pontuação obtida no hexagonal, o que exige consistência e estratégia ao longo de toda a fase final.

Esse formato único garante que apenas os melhores se destaque, reforçando a importância de cada jogo e cada gol. Além disso, ele proporciona um equilíbrio competitivo, permitindo que seleções menos tradicionais também tenham chances de brilhar.

A Edição de 2025

A edição de 2025 do Sul-Americano Sub-20 marcou um retorno às origens, sendo disputada na Venezuela, país que sediou a primeira edição do torneio em 1954. Com dez seleções participantes, incluindo o Brasil, atual campeão e grande favorito, o torneio prometeu emoções desde o início.

O Brasil chegou à competição com a missão de defender seu título e ampliar seu recorde de conquistas. Com um time repleto de jovens promessas, a seleção canarinho demonstrou mais uma vez por que é a grande força do futebol de base na América do Sul.

A Competição que Revela Futuras Estrelas

O Sul-Americano Sub-20 é conhecido por ser uma vitrine de talentos. Muitos dos jogadores que se destacam no torneio acabam sendo contratados por grandes clubes europeus, dando início a carreiras de sucesso. Nomes como Ronaldinho, James Rodríguez e Gabriel Jesus são exemplos de atletas que usaram a competição como trampolim para suas carreiras nos maiores times do planeta.

Além disso, o torneio também serve como uma oportunidade para os jovens atletas ganharem experiência internacional, enfrentando seleções com estilos de jogo variados e aprendendo a lidar com a pressão de representar seus países.

A Importância do Futebol de Base

O sucesso do Sul-Americano Sub-20 reforça a importância de investir no futebol de base. Para muitos países, a competição é uma chance de desenvolver talentos locais e projetar suas seleções no cenário internacional. Além disso, o torneio também contribui para a formação de atletas mais completos, capazes de se adaptar a diferentes situações e estilos de jogo.

Para os torcedores, o Sul-Americano Sub-20 é uma oportunidade de acompanhar o surgimento de novas estrelas e de vibrar com o futuro do futebol. A cada edição, a competição renova a esperança de que novos craques possam surgir e encantar o mundo com seu talento.

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