O tempo de Estevão Petrallas como presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) está no final. Ao mesmo tempo, os clubes votam propostas para um novo estatuto da federação que podem mudar os rumos do futebol sul-mato-grossense.

Questionado sobre a permanência na presidência, Petrallas lembra que foi colocado lá pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e alega que tudo depende dos clubes. “A CBF vai referendar a decisão democrática desses clubes. Vejo assim com bastante tranquilidade quem teve lá, quem visitou, quem teve contato conosco, percebe uma grande diferença”, diz.

Petrallas teve um início conturbados com parte dos dirigentes de times tentando tirá-lo do comando. Estevão assumiu o lugar de Francisco Cezário, preso em maio na Operação Cartão Vermelho, que apura os crimes de lavagem e desvio de dinheiro da FFMS.

“Quem viu, experimentou, vai querer que a gente continue. Essa decisão é dos clubes. Não tem eleição. Se os clubes fizeram, quem sabe, um documento manifestando essa vontade, a CBF vai acatar, porque foi a CBF que me escolheu entre os outros colegas que dignamente também podiam ser escolhidos”, afirma.

A sucessão na FFMS

No dia 21 de maio, o então presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, foi preso pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A acusação é de que Cezário chefie esquema que desviou mais de R$ 6 milhões do futebol sul-mato-grossense em 2018 e fevereiro de 2023. Além dele, outros 6 integrantes do grupo criminoso – que incluía parentes – também estão presos.

Com a vacância, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nomeou, no dia 28 de maio, o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallas, como presidente interino.

O nome de Petrallas foi questionado em diversas instâncias, como em assembleia extraordinária de clubes realizada no dia 7 de julho. Além disso, um processo foi movido no TJD-MD (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul).

No primeiro, a intervenção do governador Eduardo Riedel pendeu a balança para Petrallas, que conseguiu maioria dos votos pela sua permanência no cargo. No segundo, os procuradores deram entendimento, por 4 votos a 3, de que ele estaria apto civilmente para assumir o cargo.

A nomeação de Petrallas para a presidência interina da FFMS, entretanto, possui 90 dias de duração, que terminam no final deste mês de agosto. Neste sentido, cresce a expectativa entre os dirigentes locais pela convocação de novas eleições ou, até mesmo, a manutenção de Petrallas até que se finde o prazo da gestão atualmente eleita.