Por 46 votos a 5, clubes de MS decidem por manter Petrallas no lugar de Cezário

Comercial tenta na Justiça Desportiva tirar Petrallas da presidência interina da FFMS

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Estevão Petrallas (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

A Assembleia Geral Extraordinária dos clubes filiados à FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) na tarde desta sexta-feira (7), em Campo Grande, decidiu pela permanência de Estevão Petrallas como presidente interino da entidade por 90 dias.

Estevão foi nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) após a prisão e afastamento de Francisco Cezário, preso na Operação Cartão Vermelho, em 21 de maio. Os clubes votaram e decidiram que Petrallas fica pelos 90 dias estipulados pela CBF.

Segundo o estatuto, os votos dos clubes amadores tem peso 1 e dos profissionais têm peso 2. Com isso a votação ficou em 46 x 5, desta forma:

Clubes amadores

  • 4 favoráveis
  • 1 contra
  • 1 ausência

Clubes profissionais

  • 21 favoráreis
  • 3 contra
  • 1 ausente

A diretoria do FFMS assim como os vice-presidentes seguem normalmente nas funções. Agora, Petrallas, que já afirmou ter perdido 10 dias do tempo estipulado pela CBF se defendendo de acusações, vai cumprir o restante do mandato interino e deve convocar novas eleições.

“Primeiro, quero ver se a CBF me autoriza em mais 10 [dias] para acrescentar nesses 90 dias. Mas de uma forma muito mais tranquila agora, para trabalhar. Os clubes precisam entender que eu sou o presidente nesse momento de todos os clubes”, diz Petrallas logo após a assembleia.

Além disso, o interino ainda afirmou que dentre os projetos à frente da federação está a criação de sedes regionais para atender os clubes do interior. Os clubes também votaram a favor do afastamento de Cezário da presidência.

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Assembleia Geral votou pela permanência de Petrallas (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Apoio da Fundesporte

Um dos recursos desviados por Francisco Cezário são os oriundos da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS). Em pronunciamento na assembleia, o governador Eduardo Riedel (PSDB), afirmou que mantém o apoio ao futebol sul-mato-grossense.

“Não é decisão do governo quem vai ser, quem deixa de ser, qual é o caminho, se é indicação, se não é, isso é uma decisão de vocês. A decisão do Governo é se manter firme no propósito de alavancar o futebol sul do Mato Grosso do Sul”, afirma Riedel.

Segundo o governador, o momento é de equilíbrio e que discussões são comuns. “O que aconteceu ainda tem muito trecho pela frente. Tem discussão jurídica, tem muita coisa a ser apurada. A gente não pode julgar e não condenar ninguém”, diz.

Puxão de orelha

Antes de começar a votação, os clubes levaram uma chamada de atenção do presidente do Operário, Coronel Nelson Antônio, que ressaltou a nomeação de Petrallas como sendo da entidade maior do futebol brasileiro.

“Se a CBF resolveu interinamente colocar uma pessoa, seja A, B ou C, na função de presidente, não cabe aos grupos estarem discutindo essa situação agora. Mesmo que esteja estatualmente. É uma decisão da CBF, ela pode intervir nas federações e intervir legalmente”, diz Nelson, que presidiu a mesa.

Denúncia no TJD

Alguns clubes filiados não aceitam Petrallas na presidência e movimentam processo no TJD (Tribunal de Justiça Desportivo) para tirá-lo do cargo interino. Claudio Barbosa, do Comercial, é um dos dirigentes que é contra a nomeação e tenta na Justiça Desportiva barrar a nomeação. O Comercial ingressou com denúncia no TJD.

Segundo a denúncia apresentada, Estevão estaria inelegível a partir de 2016 para ocupar tal cargo, nos termos dos artigos 65 da Lei nº 14.597-2023 e 53 do estatuto da FFMS. O motivo seria “ato de inadimplência em prestação de contas acerca de recursos recebidos de órgão público enquanto presidente de Liga Regional de Futebol em 2016”.

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