O Ministério do Esporte encaminhou ofício à CBF nesta sexta-feira (10) em que solicita a paralisação do futebol brasileiro. O motivo são as chuvas que assolam o Rio Grande do Sul. O documento tem a assinatura do ministro André Fufuca e não estabelece prazo de interrupção das competições.

“Diante da catástrofe que se segue, a solicitação se faz necessária muito além dos estádios de futebol, campos de treinamento, concentração e local físico onde todos envolvidos no esporte circulam, mas por todas as pessoas, familiares e seus entes que se doam neste momento na sobrevivência e reconstrução de casas e tudo mais afetado”, diz o ofício.

“Por todo o exposto, estas são as razões da presente solicitação, para que seja paralisado do Campeonato Brasileiro de Futebol deste ano de 2024”, segue o documento.

Ednaldo disse que paralisação não depende só da entidade

O ofício chegou à entidade no início da tarde desta sexta. No momento, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, acompanhava a convocação da seleção brasileira para a disputa de dois amistosos e da Copa América. Ao saber do pedido, Ednaldo declarou que o documento seria avaliado. Porém, deixou claro que uma eventual suspensão do Brasileirão não depende apenas da vontade da CBF.

“A gente respeita muito todos os segmentos do governo. Porém, toda a conjunção do futebol brasileiro está em um conselho técnico de clubes. Isso envolve todas as competições”, declarou Ednaldo. “O poder da CBF não é um poder supremo e absoluto”.

Assim, o dirigente reiterou o que dissera minutos antes da convocação, de que a paralisação do futebol nacional depende da aprovação dos clubes envolvidos nas competições.

“A CBF, quando define uma competição, faz reuniões de conselho técnico da Série A, B, C e D, e também das competições de base. Se pediram uma paralisação, nós vamos dar conhecimento a cada clube, a cada série desses clubes, para que eles possam se posicionar com relação ao documento do Ministério do Esporte”, afirmou Ednaldo.

CBF adiou os jogos de todos os times gaúchos

Até o momento, a CBF apenas anunciou que os jogos dos times gaúchos em todas as divisões do futebol nacional estão adiados até pelo menos dia 27 de maio.

Apesar de a chuva ter diminuído nos últimos dias e os níveis de água nas cidades baixados, o Rio Grande do Sul ainda vive uma situação caótica e o aeroporto Salgado Filho, afetado pelas enchentes, seguirá sem operar pelo menos até o dia 30 de maio. Os CTs de Internacional e Grêmio, assim como os estádios dos times, estão submersos.

Em entrevista ao Estadão, Alessandro Barcellos, presidente do Inter, disse: “Não imagino futebol nesse momento. Estamos preocupados em salvar vidas”. Diversos jogadores dos times gaúchos se colocaram na linha de frente e estão ajudando as autoridades no resgate das vítimas.