Com a prata paralímpica, sul-mato-grossense Erika Zoaga reinicia ciclo para alcançar o ouro

Judoca segue em temporada de treinamentos em São Paulo, mas busca recuperação de lesão no ombro

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A judoca Erika Zoaga no pódio das Paralimpíadas 2024 (Foto: Marcelo Zambrana)

Quem viu a atleta Erika Zoaga, de 36 anos, no pódio das Paralimpíadas de Paris, após ter conquistado a medalha de prata no judô +70 kg classe J1, pode não imaginar toda a caminhada que ela percorreu até a tão sonhada glória paralímpica. A reportagem do Jornal Midiamax entrevistou a atleta e conta uma parte dessa história.

Nascida em Guia Lopes da Laguna, mas também com parte de sua família residente em Campo Grande, foi na capital do Estado de Mato Grosso do Sul que ela conheceu o judô, apresentado pela amiga Michele Ferreira, medalha de bronze em Pequim-2008 e Londres-2012.

O exemplo de Michele virou uma grande amizade, a ponto de tornarem-se madrinhas uma do filho da outra. “Além de amigas, somos ‘comadres’, e foi lá na Associação Mifune, onde a Michele me apresentou o judô, e só depois eu fui treinar com a sensei Ane Talitha”, explicou.

Quem assistiu à luta da final de Erika contra a ucraniana Anastasia Harnyk, viu a treinadora campo-grandense Ane Talitha ao seu lado. Isso porque ela também foi convocada para participar das Paralimpíadas, mas como auxiliar técnica da seleção. “A sensei Ane Talitha, que esteve comigo em Paris, também é uma grande amiga e inspiração no esporte”, afirmou Erika.

Entretanto, atualmente Erika reside na cidade mato-grossense de Rondonópolis, e por isso treina na ARDV (Associação Rondonopolitana de Deficientes Visuais). Não foi, porém, falta de apoio que fez Erika deixar o solo sul-mato-grossense.

“Hoje eu tenho um bom apoio tanto do Governo Federal como do Governo do Mato Grosso. Eu estou realizando uma temporada de treinamentos em São Paulo, mas eu represento a equipe de Rondonópolis. Penso que haja um bom apoio no sentido de investimentos e bolsas”, destacou.

Erika venceu a venezuelana Danita Sanabria e a turca Nazan Akin, mas acabou superada pela ucraniana Anastasilia Harnyk (Foto: CPB)

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‘Ficha ainda não caiu’

“A sensação de ter ganho a medalha é incrível e indescritível. A ficha ainda não caiu, eu ainda não tenho dimensão do quanto eu possa ser um exemplo para os jovens atletas”, disse Erika.

Entretanto, aos poucos ela percebe a dimensão de suas conquistas, principalmente para os jovens e por aqueles que a cercam. Puxando da memória, ela conta com alegria sobre um fato que aconteceu no interior do Estado.

“Uma prima que mora no interior me contou que, na escola, uma amiga de oito anos, contou sobre minhas conquistas, que conhecia minha prima, e que eu iria disputar as Olimpíadas, mas a primeira reação dos colegas foi tirar sarro dela. Então, ela fez um trabalho escolar esclarecendo o que era o paradesporto, o que era o judô paralímpico”, contou.

Com o coração grato, ela revela que tem vontade de conhecer essa menina. “Toda a escola passou a torcer por mim, por isso ainda quero conhecer essa garota, porque fiquei muito feliz com essa repercussão, de pessoas poderem entender que, de certa forma, todos precisamos de auxílio uns dos outros, em algum momento”.

Neste sentido, o judô é um esporte onde essa realidade é visível. “No judô ali nós treinamos todos juntos. Algumas vezes treino com pessoas com deficiência, mas muitas vezes treino também com pessoas sem deficiência. Ali estamos todos juntos”, disse a medalhista.

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A cor da medalha

Erika revela que, após alcançar o pódio olímpico, o objetivo que lhe resta é o ouro paralímpico. “Penso no próximo ciclo olímpico, mas primeiro tenho que me recuperar dessa lesão no ombro, que sofri na primeira luta em Paris e depois tive que competir lesionada”, revelou.

‘Mudar’ a cor da medalha é um objetivo que já foi colocado na mesa, ou melhor, no tatame. “Disse para minha treinadora e para minha família que ainda não me formei, porque é como se faltasse passar em uma disciplina, e esta seria a medalha de ouro”, concluiu.

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