O Comitê Olímpico do Brasil (COB) fez um balanço de Paris-2024 citando o desempenho das mulheres, que foram maioria na delegação brasileira pela primeira vez em 104 anos de participação do país em Jogos Olímpicos.

A maioria na delegação se refletiu também no número de pódio. Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram exclusivamente femininas e uma foi com equipe mista de judô. Os três ouros foram de mulheres: Beatriz Souza (judô), Rebeca Andrade (ginástica artística) e Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia).

“Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres”, afirmou Mariana Mello, subchefe da Missão Paris-2024 e gerente de planejamento e desempenho esportivo do COB. “Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte, também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo”, completou

Com 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes em Paris, o Brasil não cumpriu a meta de superar o desempenho nos Jogos de Tóquio, em 2021, no qual conquistou 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes e terminou na 12ª colocação no quadro de medalhas. Na quantidade de ouros, os resultados dos Jogos do Rio-2016 também foram melhores, já que a delegação brasileira subiu sete vezes ao degrau mais alto do pódio em casa, além de ganhar seis ouros e seis pratas.

“Queremos sempre ultrapassar barreiras, vencer sempre. Conseguimos quebrar recordes, principalmente no esporte feminino Isso nos deixa bastante satisfeitos”, disse Rogério Sampaio, chefe da Missão Paris-2024 e diretor-geral do COB.

A ginasta Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis pódios no total, superando Torben Grael e Robert Scheidt, da vela. Em Paris-2024, Rebeca ganhou ouro no solo, prata no individual geral e no salto e bronze por equipes. Além disso, virou ícone mundial ao ser reverenciada pela estrela Simone Biles no pódio do solo.

“Detalhes fazem muita diferença entre uma medalha de ouro, de prata, de bronze, um quarto ou um quinto lugar. Se algumas ondas, alguns ventos e algumas situações não tivessem acontecido, a gente teria ainda mais motivos para comemorar”, disse Ney Wilson, diretor de alto rendimento do COB.