Para mostrar cultura da capoeira em Campo Grande, grupo é resistência na Orla do Aeroporto

Uma vez por mês Grupo Camará leva esporte para espaço público

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Apresentação na orla do aeroporto na tarde deste domingo. (Foto: Lívia Bezerra, Jornal Midiamax)

A aparição na Orla do Aeroporto de Campo Grande acontece apenas uma vez por mês, e quando ocorre, desperta a atenção de quem passa pela região, seja pelos movimentos que revelam técnica e elasticidade, seja pelo som característico que acompanha. Para provar que Campo Grande também respira capoeira, todos os meses integrantes do Grupo Camará fazem roda ao ar livre e mostram que são resistência do esporte na cidade.

Criado em 2000 na cidade de Ponta Porã, o Camará chegou à Capital há 10 anos e atualmente tem cerca de 500 integrantes espalhados por cidades de Mato Grosso do Sul e até fora do Estado. 

“Nossa intenção é mostrar que Campo Grande  também tem essa cultura maravilhosa que está no mundo inteiro. Como nessa região várias pessoas praticam esportes, decidimos trazer a capoeira para cá”,  comenta o mestre Marcos Mattos. 

Segundo ele, por conta da musicalidade da capoeira, muita gente que passa pela região do aeroporto se aproximam e se juntam ao grupo. Nas aulas os alunos aprendem a filosofia, movimentos e musicalidade do esporte, onde são tocados o conhecido berimbau, berra-boi, gunga e viola. A roda liderada por Marcos segue o ritual de capoeira angola, regional e contemporânea. “Junto a isso se somam as culturas do folclore, samba de roda e maculelê”, acrescenta.

Para Fernando Humberto, o graduado Betto, a presença do grupo em espaços públicos desmistifica equívocos sobre o esporte. “Por ser pouco vista, muita gente pensa que para fazer capoeira precisa ir para a Bahia ou para praia, mas aqui mesmo temos nossas rodas. As apresentações em lugares públicos são uma vitrine para nosso trabalho, inclusive, já tivemos alunos que começaram depois de ver nosso grupo na orla”, pontua.

Outro integrante do Grupo Camará, Paulo Roberto, o professor Dom, lembra que as apresentações dos capoeiristas são atos de resistência e de amor ao esporte. “Não vivemos disso, cada um tem seu emprego, mesmo assim, saímos do serviço e vamos treinar mesmo que estejamos cansados. Não vivemos sem capoeira”, finaliza. 

O Grupo Camará de Capoeira dá aulas gratuitas para pessoas entre 7 e 18 anos no Centro Comunitário do Bairro Cophavila II. Para permanecer é preciso comprovação de boas notas. Já para moradores a partir de 18 anos a taxa é de R$ 50.

Conteúdos relacionados