Brilho nos Jogos Sul-Americanos embala Giovanna Diamante para Mundial
Entre os dez nadadores brasileiros que disputam, a partir desta segunda-feira (12), o Campeonato Mundial de Piscina Curta, de 25 metros, Giovanna Diamante é quem inicia o torneio mais embalada. A paulista, de 25 anos, chegou a Melbourne (Austrália) credenciada pelas dez medalhas obtidas (oito de ouro e duas de prata) em dez provas nos […]
Agência Brasil –
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Entre os dez nadadores brasileiros que disputam, a partir desta segunda-feira (12), o Campeonato Mundial de Piscina Curta, de 25 metros, Giovanna Diamante é quem inicia o torneio mais embalada. A paulista, de 25 anos, chegou a Melbourne (Austrália) credenciada pelas dez medalhas obtidas (oito de ouro e duas de prata) em dez provas nos Jogos Sul-Americanos de Assunção (Paraguai), em outubro.
“Acho que só me dei conta de que poderia ganhar [medalha] em todas as provas quando cheguei à metade da competição. Fiquei muito surpresa com o resultado, não estava esperando. Nadei muito bem para o momento de treinamento em que estava”, reconheceu Giovanna.
Das dez provas que Giovanna participou em Assunção, cinco foram individuais, com pratas nos 100 e 200 m nado livre e ouro nos 50, 100 e 200 m borboleta, estilo do qual é especialista. Em Melbourne, ela brigará por medalhas nos 200 m livre e nas três disputas de borboleta, com destaque aos 100 m, em que foi bronze na etapa de Toronto (Canadá) da Copa do Mundo de Piscina Curta, três semanas após os Jogos Sul-Americanos. Nesse mesmo evento, a paulista chegou perto do pódio, na quarta posição, nos 200 m.
“Ela [Giovanna] está com muita facilidade de nadar provas de borboleta e de estilo livre. No [Campeonato] Brasileiro [em setembro], ela nadou os 100 m medley perto do recorde sul-americano. Essa preparação nós discutimos no começo do ciclo, depois da Olimpíada de Tóquio [Japão]. Vamos assim [nadando várias provas] até 2024, perto da seletiva olímpica, depois a gente foca nas principais provas e direciona para os Jogos de Paris [França]”, explicou André Ferreira, técnico de Giovanna no Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.
Em Paris, a nadadora pode disputar uma prova individual pela primeira vez em uma Olimpíada. Em Tóquio, no ano passado, ela competiu no revezamento 4×200 m medley misto, ao lado de Guilherme Basseto, Felipe Lima e Stephanie Balduccini.
A paulista, aliás, acumula uma série de estreias desde 2019, começando pelos Jogos Pan-Americanos, em Lima (Peru). Em 2021, além da Olimpíada, Giovanna disputou pela primeira vez o Mundial de Piscina Curta, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). Já neste ano, debutou no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste (Hungria), onde nadou quatro revezamentos, além dos 100 m borboleta, atingindo a melhor marca da vida (57s87), quase chegando à final.
“A Olimpíada, principalmente, foi uma virada de chave que eu precisava para, realmente, colocar a natação em outro patamar. As competições internacionais são completamente diferentes das que temos no Brasil. Cada oportunidade que a gente tem de ter essa experiência lá fora acaba acrescentando para as próximas”, analisou a nadadora, que estreia em Melbourne por volta das 22h (horário de Brasília) desta segunda, nas quarta bateria das eliminatórias dos 50 m borboleta.
Comissão de Atletas
Fora das piscinas, Giovanna tem participação ativa nos bastidores. Ela integra a Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Em 2020, a paulista foi uma das vozes que contestaram o fato de apenas uma mulher, entre 15 nadadores, integrar o grupo da Missão Europa, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que viajou para treinamentos em Portugal, no princípio da pandemia da covid-19.
Na ocasião, a CBDA disse ter estabelecido como critério a convocação de atletas que registraram, em 2019, tempos dentro da marca “A” do Comitê Olímpico Internacional (COI). Neste cenário, somente duas nadadoras – Etiene Medeiros e Viviane Jungblut – atendiam, à época, aos requisitos, sendo que Etiene optou por não viajar, por ser asmática, portanto, grupo de risco da doença.
“Teríamos uma Olimpíada com muitas mulheres nadando, classificando revezamentos, e não deram oportunidade às meninas [de] treinar em um momento que estávamos vivendo um caos, [com] tudo fechado. [Desde então] A CBDA começou a ouvir mais a gente”, recordou Giovanna.
No Mundial de Budapeste, as mulheres da natação brasileira tiveram o melhor desempenho na história do evento. Apesar de não terem conquistado medalhas, elas estiveram em sete das 14 finais com nadadores do país. Quatro foram individuais, sendo duas com Viviane Jungblut (feito inédito em uma mesma edição do torneio) e uma delas, a dos 1.500 m livre, com duas atletas: Viviane e Beatriz Dizzoti. Houve, ainda, presença nas finais dos revezamentos femininos 4×100 e 4×200 m livre e no 4×100 m livre misto. Os três com Giovanna na equipe.
“Quando você dá oportunidade e visibilidade, mostra o quanto as mulheres conseguem colher de resultado. [No Mundial] Entramos em finais de revezamento [o que não ocorria, no feminino, desde 2009], fizemos resultados melhores que alguns homens. Quando você dá a chance de competirmos, mostramos, realmente, onde as mulheres podem chegar”, concluiu a nadadora.
Brasil em Melbourne
Além de Giovanna, o Brasil será representado, em Melbourne, por Stephanie Balduccini, Leonardo Coelho, Breno Correia, João Gomes Júnior, Caio Pumputis, Gabrielle Roncatto, Gabriel Santos, Pedro Spajari e Nicholas Santos. Este último, aos 42 anos, é também o brasileiro que mais vezes foi ao pódio no Mundial de Piscina Curta. São 11 medalhas no evento, sendo cinco douradas, a última nos 50 m borboleta, na edição de 2021. Ele é o nadador mais velho a conquistar um título deste nível nas piscinas.
No Mundial passado, em Abu Dhabi, a natação brasileira foi ao pódio três vezes. Além do ouro de Nicholas Santos, vieram dois bronzes. Um no revezamento 4×200 m livre masculino, com Breno Correia, Kaique Alves, Murilo Sartori e Fernando Scheffer. Outro nos 50 m peito, também entre os homens, com João Gomes Júnior. O país ficou em 12º lugar no quadro de medalhas.
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