Com faixas, torcedoras cobram postura do Atlético-MG em ‘caso Robinho’

Crime teria sido cometido em conjunto com outros cinco homens

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Crime teria sido cometido em conjunto com outros cinco homens

No fim do mês de novembro, o atacante Robinho, do Atlético-MG, foi condenado pela justiça italiana a nove anos de prisão por violência sexual. A decisão é em primeira instância e diz respeito a um caso que teria acontecido, de acordo com a acusação, em 2013, quando o “pedalada” jogava no Milan. O crime teria sido cometido em conjunto com outros cinco homens, e a mulher seria de origem albanesa.Com faixas, torcedoras cobram postura do Atlético-MG em 'caso Robinho'

O sistema judicial italiano permite vários níveis de recursos, e o processo ainda terá novos capítulos. A defesa de Robinho mantém extrema confiança na comprovação da inocência do atleta. O Atlético-MG, por sua vez, disse que não vai se manifestar sobre o caso por se tratar de um assunto particular do jogador. A atitude do clube não agradou a algumas torcedoras, que fizeram duas faixas de protesto e as colocaram, na noite de segunda-feira, em frente à sede administrativa do Galo, no bairro Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte – e que foram retiradas durante a madrugada.

– Um condenado por estupro jogando no Galo é uma violência contra todas as mulheres! – diz a primeira faixa, assinada por um grupo denominado “Feministas do Galo”.

– Galo, seu silêncio é violento! Não aceitaremos estupradores! – diz a segunda faixa, com a mesma assinatura.
O GloboEsporte.com conversou com uma das responsáveis pela faixa, que preferiu não se identificar. Ela explicou a intenção do protesto.

– Nós decidimos colocar as faixas porque o Atlético informou que esse seria um problema pessoal do atleta, e nós entendemos que violência contra a mulher é um problema social e público, principalmente considerando a gravidade de um estupro coletivo. A permanência de Robinho no Galo e o silêncio da diretoria são violências contra todas as mulheres. Não podemos nos calar diante de qualquer violência contra a mulher.

A exemplo do que aconteceu na época da condenação, o GloboEsporte.com voltou a ouvir todos os envolvidos na história. O Atlético-MG manteve a postura de não comentar o caso. Segundo o clube, é um assunto particular e ainda em discussão na Justiça.

A reportagem questionou as autoras do protesto sobre o estágio da condenação – ainda em discussão na justiça. Para elas, não há precipitação e, mesmo se tratando de uma decisão em primeira instância, o protesto já é válido.

– Não é a primeira vez que o Robinho sofre esse tipo de acusação. O fato da decisão ter ocorrido ainda em primeira instância já é uma condenação. A gente quer que o Atlético se manifeste sobre essa violência e trabalhe a questão da cultura do estupro dentro do clube. Muitos políticos são condenados em primeira instância, e isso já é suficiente para que eles sofram com as consequências sociais, mas em caso de violência contra a mulher nós temos um silêncio ensurdecedor – disse a interlocutora do grupo.

A outra acusação sofrida por Robinho, mencionada acima, foi em relação a um suposto caso acontecido em 2009, quando o atacante atuava no Manchester City. Uma jovem o acusou de abuso numa boate em Leeds, na Inglaterra.

Houve uma investigação policial e, após apuração dos fatos e vídeos do local, foi comprovado que a jovem estava mentindo. Ela foi condenada pela justiça.

A defesa de Robinho

A reportagem conversou também com Marisa Alija, advogada de Robinho. Ela disse que a resposta às faixas precisa partir do clube, mas voltou a reiterar a confiança na absolvição do atacante e reclamou da postura das torcedoras.

– Não vou me manifestar sobre o caso. Quem tem que se manifestar é o clube. O caso está nas mãos dos advogados, temos tranquilidade em relação ao desfecho, temos provas suficientes (da inonência), nem no local no momento do suposto acontecido ele estava. Não vamos nos manifestar a respeito disso. A pessoa, para fazer uma acusação desse porte, precisa ter a comprovação do que está falando. A gente vai esperar a decisão da Justiça, baseado nas provas que a gente tem. Não vamos nos manifestar, não cabe a nós. Vamos analisar imagens. Se indentificarmos pessoas em ataque direto, solicitaremos que comprovem as acusações.

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Bia Ferreira - (Foto: Reprodução, Instagram)