Dos 14 jogadores, 8 são de

Familiares e amigos esperavam ansiosos a chegada dos atletas medalhistas que compõem a seleção brasileira de futebol de 7. Entre abraços e fotos, sorrisos e lágrimas, eles adentraram o saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande na tarde desta terça-feira (20). Dos 14 jogadores do time, 8 são de Campo Grande.

A explicação para mais da metade da seleção brasileira ser da Capital, segundo o zagueiro Fernandes Alves Vieira, “Mato Grosso do Sul sempre foi celeiro do futebol de 7 e Campo Grande é uma das pioneiras na modalidade”. Fernandes, com 37 anos, conta que é a segunda vez que participa dos jogos paralímpicos. Competiu em Londres 2012 e joga na modalidade desde 2011.

Já o capitão e goleiro da equipe, Marcos dos Santos Ferreira, de 38 anos, joga desde os 17. “Sempre gostei de jogar futebol e um colega me apresentou a modalidade. Fizeram minha classificação e logo em seguida fui pra seleção”, relembra ele. O capitão já participou de 6 jogos paralímpicos e, além do Rio 2016, foi medalha de bronze em Sidney 2000 e prata em Atenas 2004.

A modalidade não é muito difundida e os jogadores acreditam que se mais atletas conhecessem, haveria mais oportunidades de competições. Os próprios jogadores contam que conheceram o esporte através de um amigo e não imaginavam que poderiam fazer parte.

O futebol de 7 é uma adaptação do futebol para jogadores com algum nível de paralisia cerebral. Os atletas são classificados com números de 5 a 8, dependendo do nível de deficiência. As regras ditam que nos jogos ao menos um jogador da classe 5 ou da 6 esteja em ação, e no máximo dois da 8. Atletas com maiores restrições costumam atuar como goleiros.

O meio campista Leandro Gonçalves do Amaral, de 23 anos, lamenta que a modalidade não esteja presente nos jogos de 2020. “Nunca tinha participado de uma competição deste porte. Foi um evento fantástico, foi muito prazeroso, oportunidade única. Tenho esperança que em 2024 a modalidade retorne”, diz Leandrinho, como é chamado no time.

Foi também a primeira participação em jogos paralímpicos do zagueiro Fabrizio Nascimento de Oliveira, de 20 anos. “Foi uma satisfação enorme, foi minha primeira paralimpíada e já ganhei uma medalha. É muito gratificante! A vitória coroou nosso ciclo de trabalho. Desde janeiro que estávamos treinando para conquistar esse objetivo”, relata ele.

O capitão do time diz que a meta era chegar à final. “Infelizmente não conseguimos, mas não poderíamos voltar sem medalha, então esse terceiro lugar pra gente é ouro. Nós batalhamos bastante”, afirma Marcos. Segundo ele a medalha de bronze é uma vitória: “tantos países tentam a vaga e são só 8 equipes e nós conseguimos a terceira colocação”, destaca ele.

Para Fernandes, a medalha de bronze é uma grande conquista. “Ser medalhista paralímpico, independente da cor da medalha, é um marco, uma história que vai passar para os filhos e para os netos. Tenho sentimento de missão cumprida”, finaliza ele.

Os 8 atletas do futebol de 7 de Campo Grande são: Marcos dos Santos Ferreira, Fabrizio Nascimento de Oliveira, Maycon Ferreira de Almeida, Wesley Martins de Souza, Leandro Gonçalves do Amaral, Fernandes Alves Vieira, Igor Romeiro Rocha e Hudson Hyure do Carmo Januário.