A vestimenta não agradou nenhum pouco aos torcedores sul-americanos
É comum torcedores dividirem opiniões quando um novo uniforme do seu time é lançado. Alguns ficam animados, outros se irritam, mas isso é natural no futebol e em qualquer esporte. Nada natural, contudo, foi o que aconteceu na Bolívia. Um designer gráfico inglês resolveu ousar e publicar o projeto de uma camisa para a seleção do país sul-americano e recebeu uma “corrente de ofensas”.
O protagonista da polêmica foi Angelo Trofa, designer gráfico inglês que dedicou os últimos três anos de sua vida para trabalhar em moda. O profissional de 26 anos decidiu brincar e, como hobby, desenhou o projeto de um novo uniforme para a seleção boliviana de futebol. A vestimenta, porém, não agradou nenhum pouco aos torcedores sul-americanos.
A camisa idealizada por Trofa teria o branco como base para um quadriculado um tanto quanto excêntrico e colorido. Seria como um uniforme da Croácia, mas não só com branco e vermelho. Verde, amarelo, roxo, laranja, azul… Todas estas colorações marcariam presença no novo traje boliviano. Como se fosse um arco-íris. A inspiração? A bandeira de Wiphala, de origem andina, que representa a enorme população indígena da Bolívia (quase 60%).
A maior parte dos torcedores, contudo, desaprovou o desenho. As redes sociais de Trofa foram, então, inundadas de ofensas. “Eu não esperava que fosse causar uma indignação tão grande”, afirmou o designer. “É apenas o desenho de um uniforme de futebol. Eu aguardava algumas críticas, mas não do jeito que foi”, acrescentou. “Recebi diversas mensagens ofensivas e algumas até me ameaçando de morte, dizendo que eu havia projetado a camisa para os nazistas”, decretou.
Internautas bolivianos reclamaram que o uniforme não teria nada a ver com a parte oriental do país, “representado apenas pelo vermelho, amarelo e verde da bandeira”, e chegaram a cobrar “mais respeito pela nação e suas tradições”. Amaru Villamueva, ligado a questões culturais no governo boliviano, contudo, minimizou o ocorrido e afirmou que tudo não passou de uma “tempestade em copo d’água”.