#CG125: Inovação e tecnologias moldam interação do campo-grandense com a cidade

Integração de soluções para problemas urbanos, com uso de tecnologias e inovação, caracterizam uma ‘Cidade Inteligente’

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Mobilidade urbana pode ser aperfeiçoada em uma 'Cidade Inteligente' (Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Mesmo que você não conheça o conceito do termo ‘cidades inteligentes’, muito provavelmente faz uso ou é beneficiado de alguma forma por tecnologias que estão sendo implementadas para melhorar a eficiência da gestão e amparar o desenvolvimento da cidade.

Em Campo Grande, a Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, que completa 125 anos no próximo 26 de agosto, a implementação de projetos inovadores integra o uso de tecnologias avançadas em prol tanto da administração pública quanto dos cidadãos. 

Tais iniciativas partem da administração pública e também de organizações e instituições, seja de ensino ou desenvolvimento científico e tecnológico. Para entender parte destas mudanças, o Jornal Midiamax com Catiana Sabadin, subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos da Prefeitura de Campo Grande, que compartilhou detalhes sobre as iniciativas em andamento.

Sabadin, economista com mestrado em administração e especialista em desenvolvimento local e parcerias público-privadas, está há 18 anos atuando na Prefeitura de Campo Grande. Ela é responsável por coordenar e monitorar projetos estratégicos, captar recursos e implementar inovações tecnológicas na cidade. Segundo Sabadin, a cidade tem avançado significativamente na implementação de tecnologias que moldam a vida urbana.

Catiana Sabadin, subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Conexão e acesso

Um dos destaques desse avanço é o projeto de vídeo monitoramento. Sabadin explica que, atualmente, a área central de Campo Grande e outras zonas de maior risco têm cobertura de câmeras de segurança. Esses sistemas não apenas monitoram a segurança pública, mas também têm a capacidade de analisar placas de veículos, detectando aqueles que podem estar envolvidos em atividades ilícitas. A integração dessas tecnologias com sistemas estaduais e nacionais permite uma abordagem mais eficaz à segurança.

Também integrada à questão da conectividade, está a instalação de fibra óptica e a oferta de Wi-Fi gratuito em locais estratégicos, como a Rua 14 de Julho e a Praça do Rádio, o que promove um ambiente urbano conectado e acessível.

Isso porque uma cidade inteligente deveria ser mais que um espaço urbano que utiliza tecnologia de ponta, mas um lugar pensado para as pessoas, com foco na inclusão social, na diminuição da desigualdade e pautada pela sustentabilidade. 

Sistema de videomonitoramento permite atuação em segurança pública e trânsito (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Mobilidade urbana foca em transporte público e bikes

Aqui entra também a questão da mobilidade urbana. Neste sentido, a cidade conta com uma central de controle que monitora o sistema de transporte público da cidade. Com GPS nos ônibus e sensores nas vias públicas, é possível gerenciar os horários e otimizar o tráfego, reduzindo atrasos e melhorando a experiência dos passageiros. O sistema também ajusta os tempos dos semáforos para garantir um fluxo mais eficiente, priorizando o transporte público quando necessário.

“E também temos tecnologias nas vias públicas que permitem melhorar também, especialmente, o sistema de transporte público. Mas essa tecnologia também ajuda com o transporte individual com os carros. No sentido, por exemplo, de estabelecer as ondas verdes”, explicou Catiana.

Além disso, a cidade está se preparando para lançar um sistema de bicicletas compartilhadas. Embora a licitação para o projeto tenha sido adiada devido ao calendário eleitoral, a iniciativa promete oferecer uma alternativa sustentável e prática para a mobilidade urbana. A regulamentação já está em vigor, e a expectativa é de que o sistema entre em operação em breve.

Assim como o uso de bicicletas como modal de transporte atende a uma questão ambiental, outras tecnologias têm sido aplicadas na área. Uma delas é o controle dos rios da cidade, com intuito de prevenir enchentes. 

Sustentabilidade e questão ambiental

Campo Grande instalou pluviômetros ao longo dos córregos da cidade para monitorar o fluxo de água e prever alagamentos. Esses dispositivos estão conectados a uma central de controle operada pela Defesa Civil, que pode alertar a população e tomar medidas preventivas para minimizar os danos em caso de chuvas intensas.

Na gestão pública, a digitalização dos processos administrativos está sendo implementado por meio do SEI (Sistema Eletrônico de Informações), com a substituição de processos físicos por digitais, aumentando a transparência e a eficiência. O SEI permite que cidadãos acompanhem o andamento de seus processos e que a administração gerencie melhor as demandas internas, reduzindo a burocracia e acelerando o serviço público.

Parktec: Um ‘hub’ de inovação

Local é utilizada pelas secretarias e instituições de pesquisa (Foto: Divulgação, PrefCG)

Por fim, materializando as iniciativas de inovação na cidade, foi criado o ParkTec. O espaço serve como um ‘hub’ para o desenvolvimento de soluções tecnológicas. Para isso, reúne universidades, startups e secretarias municipais para colaborar em projetos que resolvam problemas locais. O local promove a troca de conhecimentos, e o estímulo à criação de soluções customizadas para Campo Grande, aproveitando o ecossistema de inovação da cidade.

Para a população, a introdução dessas tecnologias muitas vezes se traduz em uma vida mais prática e eficiente. A digitalização dos serviços, a conectividade ampliada e as melhorias na mobilidade urbana são percebidas como benefícios diretos no cotidiano. No entanto, Sabadin destaca que é crucial garantir que a inovação não crie uma exclusão tecnológica. 

Enquanto os mais jovens podem adaptar-se rapidamente às novas tecnologias, é essencial que a cidade também considere aqueles que têm mais dificuldade em se adaptar às mudanças digitais.

“A grande questão talvez seja a gente trabalhar essa questão da inovação sem gerar a exclusão de pessoas por não dominarem a tecnologia, uma exclusão tecnológica”, concluiu a sub-secretária.

Campo Grande é inteligente?

Mas, afinal, o que faz uma cidade ser ou não inteligente, sob o prisma apresentado? Um estudo denominado Smart Cities, avaliou 656 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes para apresentar as cidades mais inteligentes e conectadas.

Na edição 2023 do ranking, Campo Grande aparece como a segunda cidade do Centro Oeste mais inteligente, atrás apenas de Brasília-DF. No ranking geral, é a 20ª colocado em todo o País. As outras capitais do Centro Oeste – Goiânia e Cuiabá – aparecem na 23ª e 25ª posição respectivamente.

No topo do ranking das cidades mais inteligentes, estão as cidades de Florianópolis em primeiro lugar, seguidos de Curitiba e São Paulo.

Para esta análise, utilizou o “conceito de conectividade”, que é a relação entre os diversos setores analisados. Isso porque o conceito de smart cities considera que o desenvolvimento é atingido quando os agentes compreendem a necessidade de conexão entre todos os fatores.

Por exemplo, deve haver conexões no caso de investimentos em saneamento, estejam atrelados não apenas a seus ganhos ambientais, mas também a ganhos em saúde. Estes, a longo prazo, podem reduzir os investimentos na área e, consequentemente, impactar ainda nas questões de economia e governança.

Dentre os setores analisados estão as áreas – e suas interconexões – de Urbanismo, Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Mobilidade, Segurança, Meio Ambiente, Tecnologia & Inovação e Saúde

#CG125 – Campo Grande faz aniversário!

Jornal Midiamax iniciou a partir de 19 de agosto a publicação de uma série de reportagens com perspectivas sobre a Capital sul-mato-grossense, que completa, no dia 26 de agosto de 2024, 125 anos de sua fundação.

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