Cerca de cinco mil indígenas de Mato Grosso do Sul embarcarão, a partir da semana que vem, para trabalharem na colheita de maçã, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Funtrab (Fundação do Trabalho) realiza a intermediação do trabalho, através de cadastro e encaminhamento dos interessados.
Até o momento, foram encaminhados cinco mil trabalhadores, mas a previsão é de seis mil, até abril, quando acontece a colheita da maçã. A maioria dos contratados pertence à aldeia da região do Cone Sul (Amambai, Iguatemi, Paranhos Japorã e Coronel Sapucaia).
Para realizar o cadastro, a Funtrab Itinerante se deslocou até as aldeias do município de Paranhos, atuando em colaboração com a Casa do Trabalhador de Iguatemi.
Cerca de 862 indígenas oriundos das aldeias Pirajuí e Potrero Guassu, permanecerão 60 dias na colheita da maçã com vínculo formal de emprego e condições de trabalho monitoradas pelo MPT-MS (Ministério Público do Trabalho) e pela Coetrae-MS (Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso do Sul).

Segundo dados da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã aproximadamente 10% dos trabalhadores safristas em 2023 eram indígenas sul-mato-grossenses.
De acordo com o diretor presidente da Funtrab, Ademar Silva Júnior, os indígenas sul-mato-grossenses tiveram fácil adaptação ao exercer o trabalho, nas últimas safras.
“Desde o início, os nossos indígenas tiveram uma adaptação muito fácil no exercício dessas funções. A qualidade do trabalho fez com que eles fossem contratados a cada safra, além de promover integração à sociedade e cidadania”, explica.