Alunos serão encaminhados para escolas da rede estadual

Conforme foi divulgado pela SED (Secretaria Estadual de Educação), em 2017, o Ceada (Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação) deixará de oferecer o educação infantil e ensino fundamental até o 5º ano. Na manhã desta sexta-feira (30), familiares e integrantes da comunidade surda estarão em frente ao Ceada posicionando-se contra a medida.

De acordo com informações da SED, o Ceada passará a atuar somente “na formação, assessoramento, orientação e acompanhamento dos professores do ensino comum, instrutores mediadores modalidade oral, guias intérpretes que atuam com os estudantes com deficiência auditiva e com surdocegueira no estado de Mato Grosso do Sul e, ainda, oferecendo atendimentos de fonoaudiología, terapia ocupacional, exames de audiometria e o Atendimento Educacional Especializado (AEE)”.

Com a resolução os estudantes que estavam matriculados no Ceada, de 1º ao 5º ano, serão encaminhados para escolas da rede estadual de ensino e receberão apoio de instrutor mediador modalidade sinalizada. Tal profissional atuará como um intérprete, uma vez que que as crianças ainda não são fluentes em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Os estudantes terão também o Atendimento Educacional Especializado em Libras, como primeira língua (L1), em Língua Portuguesa na modalidade escrita (L2) e Matemática.

Entretanto integrantes da comunidade surda posicionam-se contra a medida alegando que a inclusão se dá com mais eficiência quando os alunos já têm proficiência em Libras. “Quando estudantes com deficiência auditiva são matriculados na escola regular eles acabam tendo a convivência comprometida, pois relaciona-se somente com o intérprete”, afirma Luciana Belém, intérprete de Libras e integrante da comunidade surda.

De acordo com Luciana, além de familiares, participarão da manifestação o representante do Fórum da Pessoa com Deficiência, Fábio Célio, o professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e intérprete, Bruno Nantes e Adriano Gianotto, que possui deficiência auditiva, foi aluno do Ceada e hoje é doutorando pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e é um dos que lidera o movimento.

Profissionais Especializados

De acordo com a SED, o CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez) dispõe de 261 profissionais especializados na área de surdez. O CAS atua também para o formação, assessoramento, orientação e acompanhamento de professores. Atende também anualmente por meio dos cursos de Libras cerca de 780 cursistas, visando a difusão e fortalecimento de uma sociedade bilíngue.