Os juros futuros tiveram uma sexta-feira, 19, de ajustes pontuais em relação à véspera, a despeito da forte reprecificação nos Treasuries em relação ao ciclo de queda dos juros nos Estados Unidos. Isso ocorreu porque, na visão dos agentes locais, o movimento mais forte de correção nos DIs já aconteceu e de, alguma forma, o mercado brasileiro já está preparado para o adiamento do corte pelo Federal Reserve.

Hoje, monitoramento do CME Group mostrou que a curva futura americana deixou de precificar majoritariamente queda dos juros do Fed em março, com a hipótese de maio agora prevalecendo (82% de chances). Dados mais fortes dos EUA nesta sexta-feira e falas de dirigentes do Fed ao longo da semana chancelaram essa mudança de apostas. O retorno da T-note de 2 anos subiu de 4,346% ontem a 4,389% hoje.

Aqui, o movimento diário foi mais suave. A sensação dos agentes é de essa parte do já está contada e precificada no mercado local, que sentiu o baque mais nas primeiras semanas do ano. Apesar do ajuste fino hoje, a curva registrou um ganho importante de inclinação na semanal. O diferencial entre as taxas de janeiro 2029 e janeiro 2025 avançou de 9 pontos-base na sexta-feira passada para 20 pontos. Para efeito de comparação, no encerramento de 2023, o spread era de 5,6 pontos.

Na sessão, o DI para janeiro de 2025 subiu de 10,088% no ajuste de ontem para 10,100% no fechamento de hoje. O janeiro 2026 foi de 9,755% para 9,745%. O janeiro 2027, por sua vez, caiu de 9,927% para 9,880%. E o janeiro 2029 passou de 10,361% para 10,300%.

O dia começou com tendência de queda das taxas, após o Índice de Atividade Econômica do (IBC-Br) de outubro ser revisado para baixo, atestando o esfriamento da economia no quarto trimestre. O número de novembro (-0,01%) veio praticamente em linha com a estabilidade esperada.

O consenso do mercado também seguiu em estabilidade para o Produto Interno Bruto do quarto trimestre na pesquisa do Projeções Broadcast. A estimativa intermediária para o PIB de 2023 caiu ligeiramente, de 3,0% para 2,9%, com projeções entre 2,7% e 3,2%.

Esse coaduna com a visão de que o Banco Central vai manter a flexibilização gradual da Selic, no passo de 0,50 ponto porcentual. A taxa básica estimada no fim do ano está entre 9,25% e 9,50%.