Em Mato Grosso do Sul, estado em que a maioria da população tem uma renda mensal de até dois salários mínimos, realizar o sonho da casa própria pode se tornar um desafio. Assim, é nos programas de habitação que sul-mato-grossenses veem perspectiva na aquisição de moradia própria.

Um deles, apresentado pelo Governo Federal, é o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) Futuro, que surge como aposta para sul-mato-grossenses com renda de até R$ 2,6 mil. A compra vale para imóveis novos e usados pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

“Os 8% do salário do trabalhador, que são mensalmente depositados em uma conta vinculada em seu nome no Fundo de Garantia, poderão ser usados como margem para complementar o valor da parcela do financiamento”, explica o especialista em finanças pessoais, João Victorino.

“Com isso, eles terão condições de atingir os limites mínimos para a liberação do financiamento. É como se a sua renda, para efeito do financiamento, aumentasse”, complementa.

Conforme as normas do Minha Casa Minha Vida, os beneficiários podem comprometer no máximo 30% de sua renda com a parcela da casa. Por exemplo, um brasileiro no limite do Faixa 1, com uma renda de R$ 2.640, poderá pagar até R$ 792 por mês.

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Aplicativo do FGTS (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Como funciona o FGTS Futuro?

Como explicado, os trabalhadores com carteira assinada têm o equivalente a 8% do seu salário depositado no FGTS pelo empregador todos os meses.

Ou seja, por meio do FGTS Futuro, o trabalhador pode utilizar esse valor para complementar a capacidade de pagamento. Dessa forma, ele poderá ter acesso a um financiamento maior para aquisição do seu imóvel.

O FGTS Futuro poderá ser utilizado pelo titular da conta, que deverá autorizar, no ato do contrato, a realização de caução dos créditos do fundo de garantia, por 120 meses. A autorização está disponível diretamente pelo app FGTS.

Segundo Victorino, aqueles que decidirem utilizar o FGTS Futuro precisarão comunicar a decisão ao banco responsável pelo financiamento imobiliário. Depois disso, os depósitos vão automaticamente da Caixa para a instituição em que a pessoa realizou o financiamento.

Em caso de demissão, o trabalhador não poderá sacar o saldo da conta que estiver comprometido com o financiamento do imóvel. Todo o excedente disponível na conta de FGTS reduz a dívida. À exceção do recolhimento da multa rescisória de 40% no caso de demissão, que é exclusiva do trabalhador.

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Aplicativo do FGTS (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Contratações na Caixa

No processo de contratação, a Caixa informará ao trabalhador a capacidade de pagamento para financiamento habitacional, com e sem a utilização dos depósitos futuros. Havendo a opção pelo uso do FGTS Futuro, os valores ficam bloqueados na conta vinculada até a quitação total do saldo devedor.

A Caixa ainda ressalta que o uso ou não desse recurso é uma decisão exclusiva do trabalhador. A medida é válida apenas para novos contratos de financiamento.

A opção pelo FGTS Futuro está disponível apenas no momento da contratação da operação. Caso o cliente não opte nesse momento, não há possibilidade de adesão posterior e ele poderá fazer uso dos recursos depositados em sua conta vinculada do FGTS.