A esperança de tirar o peso da dívida da moradia popular atraiu várias famílias para o programa de renegociação Casa em Dia, desta vez, no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) Vida Nova, em Campo Grande, nesta quinta-feira (31).

Com fila e senhas, o atendimento começou às 8h e segue até as 16h. O diretor-adjunto da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Claudio Marques, explica que a região tem cerca de 1,7 mil famílias atendidas com moradia popular. O morador inadimplente entra em fase de processo jurídico e pode perder a casa.

O mutirão disponibiliza alternativas de renegociação:

  • 100% de desconto nos juros e multo em caso de quitação da dívida e 10% de desconto no total da dívida;
  • Parcelamento em até 300 vezes, com parcela mínima calculada em 10% no valor do salário mínimo;
  • Beneficiário que aderir vai ter o processo jurídico suspenso.
Guichês de atendimento (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Claudio explica que a maioria dos inadimplentes está de 10 a 15 parcelas em atraso. Outra vantagem da renegociação do programa é a oferta de 15% de desconto para quem paga regularmente. Há cerca de 10 mil pessoas endividadas na categoria, dessas, apenas duas mil regularizaram.

A região é a quarta de Campo Grande que recebe o mutirão. A próxima edição será no sábado (2), na Escola Municipal Senador Rachid Saldanha Derzi, no Jardim Noroeste, das 8h às 16h. No dia 13 de setembro, o mutirão atende no Cras do Jardim Aeroporto.

A prefeita Adriane Lopes foi até o evento e reforçou a mudança no programa para ampliar a oferta de negociação. “Desde o início da gestão estamos trabalhando para levar as secretarias para as comunidades, chegar com os serviços onde estão as pessoas. Isso otimiza e traz respostas rápidas, além de regularizar a situação dos campo-grandenses”.

Luana Conceição Ferreira mora há oito anos no Vida Nova III, recebeu a notificação na casa e soube do programa pelas redes sociais. As parcelas da moradia estão atrasadas há dois anos, pois ficou desempregada e o esposo entrou em depressão, também se afastando do trabalho. Ela tem cinco filhos e desabafa sobre a dificuldade de pagar contas e somar na criação dos pequenos.

“Pagava R$ 120 de parcela. Da outra [feira de renegociação] pedia entrada de R$ 500 ou R$ 600, não tinha. Nessas condições de hoje está melhor”.

Também em atraso, Marília Auxiliadora, de 59 anos, mora no Vida Nova I desde a criação do bairro. Ela conta que um imprevisto atrapalhou no orçamento. “Se nós estamos aqui é porque temos a intenção de pagar certinho. Imprevistos acontecem, infelizmente, mas estou aqui para renegociar”, diz.

Na ocasião, as equipes municipais estarão disponíveis para receber os mutuários que possuem alguma pendência e precisam regularizar sua situação cadastral junto à Emha.