Juros: Taxas têm alta moderada com cautela fiscal e antes do CPI nos EUA
Os juros futuros fecharam com alta moderada, refletindo a expectativa com a agenda econômica nos próximos dias, em especial o índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos amanhã e, na área fiscal, a possibilidade de alteração da meta zero para 2024 no projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) esta semana. […]
Agência Estado –
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Os juros futuros fecharam com alta moderada, refletindo a expectativa com a agenda econômica nos próximos dias, em especial o índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos amanhã e, na área fiscal, a possibilidade de alteração da meta zero para 2024 no projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) esta semana. E ainda com um feriado local entre os dois eventos. As taxas avançaram, mas com um giro de contratos fraquíssimo, num outro sinal de compasso de espera.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou a 10,750%, de 10,733% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 terminou com taxa de 10,53%, de 10,49% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 10,65%, de 10,61%. A do DI para janeiro de 2029 subiu de 10,98% para 11,02%.
A alta mais firme das taxas locais se deu pela manhã, alinhada à trajetória dos Treasuries. À tarde o avanço dos yields perdeu fôlego, contribuindo para que as taxas aqui também desacelerassem o ritmo. Ainda assim, a curva doméstica não teve forças para engatar alívio consistente nos prêmios de risco.
“O quadro da semana vai mais pelo lado negativo, com o CPI de outubro amanhã, o fiscal aqui e o feriado entre as duas coisas”, resumiu Marianna Costa, economista-chefe do TC. A inflação americana vindo abaixo do esperado ou até em linha, explica, poderá ser a “pá de cal” nas apostas de nova alta de juros pelo Federal Reserve, especialmente se os dados de atividade também previstos para a semana apontarem desaceleração. “Se o CPI surpreender para cima, vai deixar a pulga atrás da orelha”, completou. A mediana das estimativas é de 0,1% para o índice cheio (3,3% no dado anual), de 0,4% e 3,7% em setembro. Para o núcleo, o consenso é de 0,3% e 4,1%, mesmas taxas de setembro.
No fim da tarde, o rendimento da T-Note de dez anos estava em 4,62%. Pela manhã, voltou a encostar nos 4,70%, ao bater máxima de 4,69%. Ainda que a Moody’s tenha revisado de estável para negativa a perspectiva para a nota AAA dos Estados Unidos na sexta-feira, a decisão é vista como pedra cantada, uma vez que o mesmo já tinha sido feito pela Fitch e pela S&P Global. “O problema é que, com esse timing, a Moody’s joga mais luz para a questão do shutdown”, explica Costa.
A Câmara dos Representantes dos EUA tem até sexta-feira para costurar um novo acordo que eleve o teto da dívida americana, evitando, assim, uma paralisação da máquina a partir de sábado.
A questão fiscal também é fator de cautela no Brasil. O governo tem até as 16h de sexta-feira, 17, se quiser mesmo alterar a meta de 2024 na LDO, apresentando uma emenda ao texto aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que preservava o objetivo de zerar o déficit. O prazo se encerraria na quinta-feira, 16, mas o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levou em conta o feriado na quarta-feira, 15. A expectativa é que o parecer final do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) seja votado em 22 de novembro na CMO.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou nesta tarde emendas propondo alteração da meta zero para déficit de 0,75% ou 1% do PIB. Se acatadas, a decisão tende a ser mal recebida pelo mercado, cuja tolerância seria para um déficit de até 0,5%.
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