Ipea: queda de preços na economia em junho alivia mais a baixa renda, que vê deflação de 0,16%
A queda nos preços da economia em junho aliviou mais a baixa renda. As famílias mais pobres sentiram uma deflação mais acentuada que a dos demais grupos, enquanto os mais ricos perceberam uma alta de preços em junho, informa o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda […]
Agência Estado –
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A queda nos preços da economia em junho aliviou mais a baixa renda. As famílias mais pobres sentiram uma deflação mais acentuada que a dos demais grupos, enquanto os mais ricos perceberam uma alta de preços em junho, informa o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a taxa de inflação arrefeceu de alta de 0,33% em maio para uma queda de 0,16% no mês passado para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, houve aceleração, de um recuo de preços de 0,08% em maio para uma alta de 0,10% em junho
No mês passado, o principal alívio inflacionário partiu da queda nos preços dos alimentos para consumo no domicílio, grupo de despesas que pesa mais no orçamento dos mais pobres.
“Por certo, o recuo dos preços de itens importantes, como cereais (-1,8%), carnes (-2,1%), leites e derivados (-1,3%), óleos e gorduras (-5,3%), frutas (-3,4%), hortaliças (-3,8%) e tubérculos (-0,76%) gerou uma forte descompressão sobre os índices de inflação em junho, especialmente para as famílias com rendas mais baixas, dado o peso desses itens em suas cestas de consumo”, explica a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura do Ipea.
De modo semelhante, a técnica afirma que a queda dos preços do grupo transportes também contribuiu de forma expressiva para o quadro de desinflação em junho, refletindo, em grande parte, na deflação de 1,9% dos combustíveis. “Por fim, ainda que em menor intensidade, o recuo de 1,2% dos preços dos eletroeletrônicos e de 1,6% dos artigos de cama, mesa e banho fizeram com que o grupo artigos de residência gerasse uma contribuição negativa à inflação no mês analisado para todas as faixas de renda”, completa Maria Andreia.
Na direção oposta, houve pressão sobre a inflação em junho dos reajustes na energia elétrica (1,4%), taxa de água e esgoto (1,7%) e condomínio (1,7%). O aumento nos gastos com habitação pesou mais no orçamento das famílias de renda alta, uma vez que pouco “se beneficiaram da queda dos preços do gás de botijão (-3,8%)”.
“De fato, é a composição da cesta de consumo das famílias de maior poder aquisitivo que explica essa alta da inflação em junho, quando comparada à registrada nas demais faixas de renda. Com efeito, assim como a deflação dos alimentos no domicílio trouxe um alívio menor para essas faixas mais elevadas – uma vez que o peso do grupo é menor nesses segmentos -, o efeito da queda dos preços dos combustíveis foi parcialmente anulado pela alta das passagens aéreas (11,0%), reduzindo, por conseguinte, o impacto baixista do grupo transportes”, completa o Ipea.
Com o resultado, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em junho foi de 4,13% na faixa de renda alta e de 3,38% na faixa de renda muito baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de uma alta de 0,23% em maio para um recuo de 0,08% em junho. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 3,16% em junho.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta.
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