O diretor-presidente da -MS (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Daniel Ingold, informou que a suspensão de exportação de carne de aves de Mato Grosso do Sul ao Japão não altera as medidas sanitárias já adotadas no Estado. Nesta quarta-feira (20), o representante da pasta diz que o foco está controlado.

Questionado se a temporária informada pelo país ao Ministério da Agricultura e Pecuária iria causar algum impacto nas medidas adotadas, Ingold confirmou que “não muda nada, já debelou o foco. Vamos fazer um balanço e divulgar hoje à tarde”.

O diretor-adjunto da Iagro, Cristiano Moreira, explicou que o caso foi identificado em uma propriedade rural de , a 295 quilômetros de Campo Grande, no último sábado (16), em uma galinha doméstica. A suspeita é que uma ave silvestre, possivelmente um pássaro, tenha migrado de uma área com incidência, como um país vizinho.

“Isso não faz com que o Brasil perca o status sanitário e não compromete as nossas exportações, as nossas vendas em grandes áreas comerciais. Foi um caso isolado, foi um animal que deu positivo, está tudo sob controle, nós iniciamos os protocolo, a partir do momento da notificação nós fizemos a coleta, mandamos para o laboratório e após recebermos o resultado”.

Moreira indica que o Gease (Grupo Especial de Atenção a Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas) foi acionado, entregando protocolo de despovoamento, logo, a desinfecção da área foi feita. “Estamos desde o início do ano nos preparando para um eventual caso, visto que países vizinhos ao nosso estado, como Paraguai ou Argentina, já tiveram casos confirmados”, detalhou Cristiano em entrevista à rádio local de .

Investigação em fazendas

O prefeito da cidade, Josmail Rodrigues, diz que houve investigação e isolamento local na propriedade do foco e em fazendas vizinhas, em um raio de 10 km. “Estamos tranquilos em relação à situação, justamente porque tivemos essa resposta imediata, com identificação do foco, isolamento do local e rastreio de possíveis casos”.

Já a secretária municipal de saúde, Ana Carolina Colla, esclareceu que famílias da região rural estão recebendo assistência médica e em isolamento. Por enquanto, nenhum morador apresentou sintomas de gripe.

Impacto na economia

A suspensão, apesar de temporária, deve impactar a economia regional. Segundo os dados do AgroStat (sistema de estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), Mato Grosso do Sul exporta ao país 18,4% de sua produção de carne de frango in natura. De janeiro a agosto deste ano o Estado exportou mais de U$ 50 milhões, o que representa R$ 250 milhões.

A comercialização de outras regiões brasileiras não foram suspensas até o momento. O foco da doença permanece isolado. Portanto, “o país segue com status livre de influenza aviária de alta patogenicidade perante a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal)”, diz o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Sem pânico

Segundo a presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul), Kelma Torezan Carrenho, o foco detectado em Bonito não é motivo de preocupação para os produtores e nem para a população por ser em uma região em que não existe granja comercial. 

“Quem tem ave doméstica precisa ficar atento, mas não é motivo para pânico para a população. Ela pode continuar comendo a carne normalmente”, ela explica. 

Quais medidas adotadas?

Segundo o Governo do Estado, a propriedade fica a aproximadamente 130 quilômetros de granjas comerciais, com monitoramento rigoroso de vigilância e medidas de contenção desde a confirmação do caso. “As aves foram sacrificadas, e todas as medidas estão sendo tomadas para evitar a propagação do vírus. De acordo com as autoridades, a distância considerável em relação a granjas comerciais contribui para conter a disseminação do vírus”, aponta a nota.

Conforme divulgado, foram adotadas as medidas:

  • Sacrifício de todas as aves do local;
  • Exames laboratoriais deste material;
  • Equipes da vigilância em volta das propriedades;
  • Isolamento das famílias;
  • Assistência médica as famílias das propriedades em raio de 10 km.

A orientação do Governo indica que o público em geral não deve recolher aves doentes e entre em contato com a Iagro em qualquer um dos municípios, pelo do WhatsApp (67) 9961-9205.