Trocar uma tomada, ajustar uma torneira, pintar uma parede, montar o móvel novo e instalar um chuveiro. Essas são algumas das dezenas de atividades que um marido de aluguel pode exercer e que são as queridinhas dos campo-grandenses na hora de contratar o serviço de reparos ou doméstica. 

Com a chegada do fim do ano e pagamento do décimo terceiro salário, muitas pessoas aproveitam o extra para investir na casa e, nesses momentos, o marido de aluguel vê uma oportunidade para aumentar a renda diante do crescimento da demanda. 

Contudo, profissionais ouvidos pelo Midiamax contam que a procura até o momento tem sido tímida nestes últimas semanas de 2023.

Evaldo Monteiro, de 64 anos, trabalha na área há cerca de 20 anos e relembra que começou no serviço de construção.

“Devido à deficiência de mão de obra de peão, acabei parando e fazendo sozinho. Era uma coisa que já fazia na construção desses acabamentos e aí montei essa firma. No máximo, tenho um ajudante para serviços como limpar a caixa d'água”, explica.

Ele diz que a demanda até o momento pelo serviço de marido de aluguel continua estável, mas geralmente os pedidos de pintura são os mais procurados no fim de ano.

“Às vezes as pessoas querem mudar a aparência da casa e aumenta a procura com a entrada do décimo terceiro, mas os serviços são por temporada. No frio é chuveiro, torneira, essas partes de borracha ressecam com o frio e precisam ser trocadas. Então, é por etapas. Agora é mais elétrico, trocar tomada, válvula de descarga, é o que mais procuram”, descreve. 

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Profissionais tem experiência em várias áreas. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Wilson Bernardo de Oliveira, de 41 anos, está na profissão há pouco mais de um ano. Começou como eletricista e começou a agregar serviços que já fazia em casa. “Trocar uma resistência, fazer um reparo de caixa acoplada, instalar painel de TV. Assim fui vendo vídeos e me aperfeiçoando”, ele se recorda. 

Os serviços mais procurados são de vazamento em cano de banheiro, torneiras, troca de chuveiro e parte elétricas. Nessa época de chuva, goteiras em telhados são outra dor de cabeça resolvida pelo marido de aluguel.

“Neste ano, a procura do meu serviço foi intensa e tive que procurar ajudantes, mas agora no final do ano deu uma parada”, relata. 

Uma das maiores dificuldades para ele são os custos com deslocamento para fazer orçamentos sem compromisso. “Também há os clientes que querem saber de serviço por telefone”, aponta. 

Nova profissão

O ofício de marido de aluguel geralmente é exercido por pessoas que já tem experiência prévia em diversos ramos e, por um desejo ou necessidade de empreendedorismo, resolveu apostar na área. 

Esse é o caso do Gabriel Emílio, que já atuou em vários ramos e foi aprendendo conforme o serviço aparecia. Ele gosta de divulgar o trabalho nas redes sociais e tem tido boa procura neste fim de ano após um tempo estável.

“Para ser bem sincero, comecei na pandemia porque não estava registrado. Foi na hora que decidi e disse que ia criar um cartão e falar do meu negócio, foi um chamando o outro”, relembra. 

A maior demanda são de clientes do centro e os serviços mais procurados são para pequenos reparos hidráulicos, de elétrica, instalação de painel de TV e montagem de guarda-roupa. 

Renan Sato trabalha com manutenção em geral atualmente, mas iniciou a vida no mercado de trabalho como montador de móveis. Ele migrou de profissão há dois anos após observar aumento de concorrência e ver a renda diminuir. 

O trabalhador conta que a maior dificuldade na profissão são os clientes que desvalorizam o serviço por acreditar que seja algo fácil. “Você coloca o valor justo da mão de obra e as pessoas questionam e falam que é ‘um serviço tão simples', mas não foi”, reclama. 

A demanda com a proximidade das festas de fim de ano aumentaram. “As pessoas querem deixar a casa mais perfeita possível e me procuram. Eu tenho alguns clientes fixos que qualquer tipo de manutenção me chamam”, relata.