Com milhares de vagas, comércio de Campo Grande não consegue contratar para o fim do ano
Expectativa é que sejam abertas 2,2 mil vagas temporárias no comércio; Capital tem um dos menores índices de desocupação do país
Thalya Godoy, Clayton Neves –
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A abertura de vagas de emprego temporárias para as festas de fim de ano deve ser uma ótima oportunidade para quem procura uma primeira oportunidade ou deseja retornar ao mercado de trabalho. Contudo, o comércio em Campo Grande enfrenta dificuldades em fazer contratações.
De acordo com o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e titular da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), Adelaido Vila, a Capital tem necessidade de trabalhadores, mas existe uma dificuldade de contratação.
Na visão do secretário, muitos campo-grandenses se afastaram do mercado de trabalho durante a pandemia ou decidiram empreender.
Dados da PNAD-T (Pesquisa por Amostra de Domicílios Trimestral), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que Campo Grande foi a capital brasileira com o menor índice de desocupação no primeiro e segundo trimestre de 2023. Entre abril e junho deste ano, a taxa em Campo Grande foi de 3%.
Porém, a expectativa é que milhares de pessoas conquistem um trabalho temporário no fim do ano. A ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) estima que 2,2 mil trabalhadores sejam contratados para reforçar a equipe nas vendas de Natal, o melhor período de compras do varejo.
“A expectativa é que esse trabalhador volte e os que se destaquem fiquem para o restante do ano”, afirma Adelaido Vila.
Outro ponto destacado é que essas oportunidades possuem regras especiais pela CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas), como a permissão para contratação por hora trabalhada. Entretanto, o presidente da CDL explicou que, geralmente, as vagas temporárias em Campo Grande são para contratos de dois a três meses.
Menor movimento em 2023
Adelaido também explicou que em 2022 houve aumento de compras no comércio devido a uma demanda reprimida da pandemia. Porém, em 2023 já foi notada uma retração na comparação com o ano passado, especialmente no varejo ampliado (bens de consumo duráveis).
Já no varejo restrito (itens básicos do dia a dia) o crescimento tem se mantido. “Isso se reflete no ganho dos comerciantes. De modo geral, há um equilíbrio econômico e a tendência é que tenhamos um bom fim de ano”, analisa.
Migração do comércio para bairros
O Midiamax já mostrou em uma série de reportagens a tendência de expansão no comércio nos bairros de Campo Grande, o que se reflete em menos pessoas e dinheiro circulando entre as lojas da região central.
O secretário pontua que essa tendência não é exclusiva de Campo Grande, mas de todo país. Ele avalia que os centros urbanos precisam ser “repovoados”, ou seja, ter mais pessoas morando e, consequentemente, circulando na região.
A pandemia mudou as formas de consumo da população, com as pessoas preferindo trabalhar, consumir e se divertir perto de casa.
“É uma mudança estrutural do varejo mundial. Em Campo Grande, a prefeitura está estudando trazer pessoas para morar no centro porque toda a estrutura que temos fica desabitada à noite e isso é um absurdo. Então, se a gente levar mais moradias e fazer essa migração, teremos vida de novo no centro, assim como está acontecendo nos comércios dos bairros”, acredita Adelaido Vila.
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