Pressão da Ômicron em seguradoras dependerá de gravidade da cepa, diz Fitch

A análise é da agência de classificação de risco Fitch

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Um eventual agravamento da severidade dos casos da covid-19 provocados pela variante Ômicron pode pressionar a sinistralidade das seguradoras, reduzindo a rentabilidade do setor. A análise é da agência de classificação de risco Fitch, que acrescenta que até aqui, os casos graves estão concentrados em pessoas com vacinação incompleta contra a doença.

“Apesar do aumento do número de casos, 68% da população encontra-se vacinada com duas doses ou dose única”, escrevem os analistas Alexandre Chang e Miguel Martinez. “O País tem apresentado um avanço no número de internações em diversas regiões, mas a maior parte dos internados com covid-19 não apresentava vacinação completa.”

De acordo com eles, a pressão sobre os resultados das seguradoras dependerá da gravidade e da quantidade de internações causadas pela nova cepa do vírus.

Um cenário adverso, segundo a Fitch, teria um aumento do número de internações por covid no País ao mesmo tempo em que procedimentos eletivos continuariam. Essa combinação elevaria a sinistralidade do setor.

Os analistas afirmam que nas seguradoras com cobertura de vida, a menor letalidade da Ômicron e a vacinação avançada no Brasil devem impedir que o número de vítimas de 2021 se repita.

A Fitch calcula, com base em dados oficiais, que as mortes por covid no Brasil na primeira semana epidemiológica deste ano somaram 832 casos, ante 6.906 na semana equivalente de 2021, e 21.141 na 14ª semana do ano passado, no pico da pandemia.

O relatório ressalta que o número de internações pela doença ainda é baixo se comparado a 2021, de acordo com o setor, mas que os números diários de casos têm crescido fortemente, indicando um novo pico, assim como a taxa de positividade dos testes de covid.